O MAIS ANTIGO ESTABELECIMENTO FABRIL DO PA�S A Casa da Moeda de Lisboa � talvez o mais antigo estabelecimento fabril do Estado portugu�s, com uma labora��o cont�nua desde, pelo menos, o final do s�culo XIII. As mais antigas not�cias da sua exist�ncia como estrutura oficinal fixa datam do reinado de D. Dinis, quando ela se localizaria perto da �porta da Cruz�, a Santa Apol�nia. No s�culo XIV foi mudada para o local onde mais tarde esteve a cadeia do Limoeiro, junto � S�, e no reinado de D. Jo�o I vamos encontr�-la na Rua Nova, defronte da ermida de Nossa Senhora da Oliveira. Em meados do s�culo XVI ter� sido transferida um pouco mais para ocidente e funcionaria na Rua da Calcetaria, n�o longe do Pa�o da Ribeira, onde permaneceu at� 1720. Nessa data, mais precisamente em 12 de setembro, foi transferida para a Rua de S�o Paulo, conforme se l� numa �lembran�a� registada a fls. 253 v do livro 2� do Registo Geral, que informa que nessa data �se fes mudan�a da fabrica e mais materiaes e o cofre da Caza da Moeda desta cidade de Lisboa a qual estava situada em a rua da Calsetaria p� o ch�o em q. estava situada a Junta do Comercio Geral, em o qual ch�o se adeficou noua Caza da Moeda.�. A� permaneceu at� 1941, quando mudou para o novo edif�cio projetado pelo Arq� Jorge Segurado, onde ainda hoje se encontra. GRANDES PER�ODOS NO FABRICO DE MOEDA O fabrico da moeda em Portugal pode dividir-se em dois grandes per�odos. No primeiro, que vai desde o in�cio da monarquia at� cerca de 1678, � utilizado o sistema manual do martelo: num cunho fixo, sobre o qual se colocava o disco monet�rio, o moedeiro encostava, seguro por uma das m�os, o cunho m�vel, que recebia a pancada do martelo, empunhado pela outra m�o. O segundo per�odo, desde essa data at� aos nossos dias, � caracterizado pelo uso da m�quina. No final do s�culo XVII s�o definitivamente introduzidos no fabrico da moeda os balanc�s de parafuso, cuja for�a motriz, de in�cio ainda a humana, foi substitu�da, a partir de 1835, pela do vapor, com a aquisi��o pela Casa da Moeda de Lisboa de uma das primeiras m�quinas a vapor do Pa�s. Esta foi comprada em Inglaterra � firma Boulton and Watt, id�ntica � da Royal Mint de Londres. A partir de 1866, foram adquiridas as poderosas prensas monet�rias da marca Ulhorn, antepassadas das que ainda hoje cunham o nosso dinheiro. UMA ORGANIZA��O COM LONGA HIST�RIA O fabrico da moeda, sendo uma atividade fabril de import�ncia capital, obrigou desde cedo � organiza��o administrativa e funcional do trabalho dos chamados moedeiros, classe organizada corporativamente e privilegiada por um conjunto de concess�es e regalias de exce��o, reunidas num c�dice ainda hoje existente no Arquivo Hist�rico da Casa da Moeda, com o t�tulo de Livro de Rezisto dos Privilegios, Liberdades e Izen�ois que os Senhores Reys destes Reynos Tem Concedido aos Officiais e Moedeiros da Sua Caza da Moeda. O primeiro privil�gio nele transcrito data do reinado de D. Dinis (1324) e o �ltimo do reinado de D. Jo�o V (1751). O primeiro Regimento conhecido da Casa da Moeda data de 1498 e foi-lhe conferido por D. Manuel. Estabelece como figura principal o Tesoureiro, respons�vel por todos os valores que na casa entravam (metal) e sa�am (moeda). Al�m deste, havia ainda os seguintes oficiais: 2 Ju�zes (depois Mestres) da Balan�a, 1 Escriv�o, 2 Ensaiadores, 2 Fundidores, 1 Abridor de cunhos, 2 Guardas da forna�a, 1 Comprador, 3 Salvadores, 1 Alcaide e 1 Vedor, para al�m dos 104 moedeiros ditos do �n�mero�. Os aperfei�oamentos na arte da amoeda��o a partir de finais do s�culo XVII determinaram a revis�o da legisla��o vigente e levaram � publica��o, em 1686, por D. Pedro II, do Regimento que S. Magestade que Deos Guarde Manda Observar na Casa da Moeda. Mant�m-se o cargo de Tesoureiro, com as fun��es que j� tinha, e cria-se o cargo de Provedor como respons�vel m�ximo pela institui��o. Em 1845, com o Decreto de 28 de julho, d�-se a fus�o da Casa da Moeda com a Reparti��o do Papel Selado, sob uma mesma Administra��o-Geral, e a Casa da Moeda passa a designar-se Casa da Moeda e Papel Selado. Com a introdu��o em Portugal, em 1853, dos selos postais, a Casa da Moeda e Papel Selado passa tamb�m a fabricar valores postais e sofre nova remodela��o pelo Decreto de 7 de dezembro de 1864. Em finais do s�culo XIX a empresa ganha uma posi��o de maior relevo na garantia de qualidade dos metais nobres, quando, em 1882 as Contrastarias ficam subordinadas � Administra��o-Geral da Casa da Moeda e Papel Selado. Esta passou a fiscalizar a ind�stria e com�rcio de ourivesaria em Portugal, fun��o que ainda mant�m. J� no s�culo XX a Casa da Moeda viu os seus servi�os reestruturados sucessivamente em 1911, 1920, 1929 e 1938, fundindo-se finalmente, em 1972, com a Imprensa Nacional. fonte: