Cédulas Comunitárias e Bancos Sociais

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História dos Bancos Sociais no Brasil

Aula 3: História dos Bancos Sociais no Brasil

3.1 Introdução

Os Bancos Sociais — também conhecidos como Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs) — surgiram como resposta às desigualdades sociais e à exclusão financeira enfrentada por comunidades de baixa renda no Brasil. Inspirados em experiências internacionais de finanças solidárias, esses bancos propõem uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, promovendo o acesso ao crédito, o estímulo à produção local e a circulação de moedas sociais.


3.2 Origem

O primeiro banco comunitário brasileiro foi criado em 1998, na periferia de Fortaleza (CE), no Conjunto Palmeiras, sob o nome de Banco Palmas. Idealizado por lideranças comunitárias, o projeto surgiu com o objetivo de combater a pobreza e o desemprego, a partir da concessão de microcréditos e da criação de uma moeda social própria: a Palma.


3.3 Consolidação e Expansão

A experiência pioneira do Banco Palmas serviu de modelo para outras comunidades pelo Brasil. A partir de 2005, com o apoio de organizações sociais, universidades e do próprio Governo Federal, a metodologia foi sistematizada e disseminada para diversos estados.

Em 2010, a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES/MTE) reconheceu os bancos comunitários como instrumentos estratégicos para o desenvolvimento econômico e social de territórios vulneráveis.


3.4 Papel das Redes e Associações

A articulação em rede foi fundamental para o fortalecimento dos bancos sociais. Em 2009, foi criada a Rede Brasileira de Bancos Comunitários, responsável por integrar, organizar e dar suporte técnico às iniciativas espalhadas pelo país. Essa rede promove encontros, capacitações e políticas de fortalecimento da economia solidária.


3.5 Panorama Atual

Hoje, o Brasil conta com mais de 100 bancos comunitários ativos, distribuídos em todas as regiões, cada qual com sua moeda social e dinâmica própria. Muitas dessas instituições contam com tecnologias digitais, aplicativos e sistemas de gestão integrados para operacionalizar suas atividades.

Esses bancos atuam como agentes de inclusão produtiva, estímulo à cultura local, fortalecimento da identidade comunitária e alternativas para o desenvolvimento sustentável.


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