Entrevista conduzida por Oswaldo Rodrigues para o NumisPlay
A numismática brasileira cresce e se fortalece em todas as regiões do país, impulsionada pelo entusiasmo de colecionadores dedicados. Nesta entrevista para o NumisPlay, Oswaldo Rodrigues conversa com Ricardo Viana, um dos fundadores e atual dirigente da Sociedade Numismática Maranhense (SNM), que compartilha sua trajetória pessoal, os desafios e conquistas do colecionismo no Maranhão e no Norte-Nordeste, e a importância do convívio e da organização para o desenvolvimento da atividade.
Ricardo Viana nasceu em Teresina, Piauí, e só entrou em contato com o universo numismático por volta dos 40 anos, já morando em São Luís do Maranhão. Seu primeiro contato foi casual, ao encontrar cédulas coloridas à venda em uma banca de revistas em Teresina. A curiosidade o levou a adquirir as notas, que ficaram guardadas por anos como recordação. Mais tarde, já estabelecido em São Luís, decidiu emoldurar algumas dessas cédulas para decorar sua sala, dando início a um interesse mais ativo pelo colecionismo.
Com o tempo, Ricardo percebeu que as cédulas eram suscetíveis a danos e passou a se interessar mais por moedas, que considerava mais resistentes e duradouras. Sua “moeda número um”, aquela de maior estima, foi adquirida de um colega em São Luís: um exemplar de 2.000 réis, cuidadosamente guardado em envelope para evitar oxidação e desgaste.
Ricardo destaca a importância de preservar moedas em recipientes adequados, como cápsulas ou envelopes, evitando o contato com madeira, outros metais e até mesmo com as mãos, devido à acidez da pele. Ele reforça que, independentemente do valor comercial, cada moeda tem significado para o colecionador e merece ser bem cuidada para atravessar gerações.
Em Teresina, Ricardo relembra o papel das bancas de moedas e cédulas na praça central, especialmente a do senhor Barbosa, ponto de encontro de colecionadores locais. Lá, os encontros semanais e a formação de uma sociedade ajudaram a fortalecer o hobby na cidade.
Ao se mudar para São Luís, Ricardo sentiu inicialmente a ausência de um grupo organizado. O contato com outros colecionadores se deu principalmente pelas redes sociais. A partir da identificação de outros interessados pelo DDD em grupos de WhatsApp, começou a formar laços com colecionadores locais, o que culminou na criação de um grupo presencial.
A Sociedade Numismática Maranhense nasceu de encontros informais entre colecionadores, realizados inicialmente em condomínios e, depois, no shopping Golden, sempre no último sábado de cada mês. O grupo, ainda pequeno e em fase embrionária, foi crescendo à medida que novos participantes eram atraídos pelos encontros e pelo boca-a-boca. A formalização veio com a elaboração de estatuto, eleição de diretoria e registro legal, permitindo à sociedade atuar de forma organizada e reconhecida.
Ricardo destaca a diversidade do grupo: além de moedas, há colecionadores de cédulas, medalhas, figurinhas, tampinhas e outros itens, mostrando a amplitude do colecionismo no Maranhão. O grupo valoriza o convívio, a troca de experiências e o aspecto familiar dos encontros, preferindo reuniões voltadas à amizade e ao aprendizado mútuo, em vez de eventos puramente comerciais.
Apesar de ainda não possuir sede própria, a Sociedade Numismática Maranhense já conta com documentação regularizada e uma rotina de encontros mensais. O crescimento do grupo é visível, com aumento do interesse e do número de participantes. Ricardo ressalta que a divulgação boca-a-boca e o acolhimento de novos membros são essenciais para o fortalecimento da sociedade.
O grupo também mantém contato com colecionadores de outros estados, como Pará e Paraná, ampliando a rede de amizades e trocas numismáticas pelo Brasil.
A entrevista com Ricardo Viana revela o papel fundamental da organização e do convívio para o desenvolvimento da numismática em regiões fora dos grandes centros. Sua trajetória mostra que o colecionismo é, acima de tudo, uma atividade de amizade, troca de conhecimento e preservação da memória. A Sociedade Numismática Maranhense, ainda jovem, já se destaca como polo de união e aprendizado para os apaixonados por moedas, cédulas e outros objetos históricos no Maranhão.
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