Emerson PippiSociedade Numismática Paranaense
A trajetória de Emerson Pippi, atual presidente da Sociedade Numismática Paranaense (SNP) e representante da Sociedade Numismática Brasileira (SNB), é um exemplo inspirador de paixão, dedicação e estudo no universo da numismática brasileira. Em entrevista exclusiva, Emerson compartilhou sua história, suas motivações e dicas valiosas para quem deseja trilhar o caminho do colecionismo sério e prazeroso.
O Início: Um Presente que Mudou Tudo
Como muitos numismatas, Emerson teve seu primeiro contato com moedas ainda criança, graças a um presente inesperado de um amigo do pai. Entre as poucas peças recebidas, uma moeda de 20 réis de 1827 marcou o início de sua coleção – e permanece guardada com carinho até hoje. O fascínio pelas moedas foi crescendo, alimentado pelas visitas à tradicional feira do Largo da Ordem, no centro de Curitiba, onde conheceu figuras que seriam fundamentais para seu desenvolvimento como colecionador.
Da Curiosidade ao Estudo: O Papel do Conhecimento
Emerson destaca que o verdadeiro colecionador não é apenas quem acumula peças, mas quem busca conhecimento. O divisor de águas em sua jornada foi a aquisição do catálogo de Arnaldo Russo, que permitiu classificar, organizar e entender as moedas em sua coleção. Para ele, estudar é essencial: “Se você não estuda aquilo que coleciona, não pode se considerar um numismata. Ter o livro, classificar e organizar é o caminho.”
O Foco: Moedas Particulares Paranaenses
Após anos colecionando moedas em geral, Emerson encontrou seu foco nas moedas e fichas particulares do Paraná. Essas peças, muitas vezes produzidas por fazendas, comércios ou instituições locais para suprir a falta de numerário oficial, contam histórias únicas da economia e da sociedade regional. Emerson acredita que, para evoluir como colecionador, é preciso escolher um recorte, um tema ou período específico – e aprofundar-se nele.
Onde Encontrar e Como Socializar
A busca por moedas e fichas particulares envolve pesquisa, paciência e, principalmente, interação social. Emerson reforça a importância de frequentar feiras, encontros, lojas especializadas e, hoje, utilizar a internet tanto para pesquisa quanto para aquisição de peças. A feira do Largo da Ordem segue sendo um ponto de referência, mas encontros nacionais e grupos online ampliam as possibilidades de troca e aprendizado.
A Importância das Sociedades Numismáticas
Além do comércio e do estudo, Emerson valoriza o papel social das sociedades numismáticas. Elas promovem a troca de conhecimento, a formação de amizades e o fortalecimento da comunidade. “Hoje tenho muitos amigos que conheci graças à numismática. Socializar é uma das missões das sociedades”, afirma.
Desafios e Continuidade: Uma Paixão que Resiste ao Tempo
Emerson compartilha que, como muitos, teve um período afastado do hobby devido a mudanças pessoais. No entanto, ao retornar a Curitiba e reencontrar antigos colegas na feira, reacendeu sua paixão e voltou com ainda mais entusiasmo. Ele também observa que a numismática nem sempre é hereditária, mas pode, sim, ser transmitida e apreciada por diferentes gerações, como acontece com seu filho, também associado à SNP.
Dicas para Quem Quer Começar
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Estude: Invista em catálogos e livros especializados, como o de Alexandre de Barros sobre moedas particulares.
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Escolha um foco: Não tente colecionar tudo; delimite seu interesse para aprofundar o conhecimento.
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Participe: Frequente feiras, encontros e sociedades. A troca de experiências é fundamental.
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Use a internet: Aproveite as oportunidades de pesquisa e comércio online, mas sempre com cautela.
Peças de Destaque e Encantamento
Entre as peças que mais o encantam, Emerson cita o estojo de moedas vicentinas de 1932, uma raridade que representa um marco em sua coleção e simboliza o prazer de descobrir novas histórias por trás de cada moeda.
Conclusão
A entrevista com Emerson Pippi mostra que a numismática é mais do que um hobby: é uma ponte entre gerações, um exercício de pesquisa e um convite à amizade. Para quem deseja começar, seu conselho é claro: “Estude, escolha um foco e participe da comunidade. O colecionismo é uma jornada de descobertas sem fim.”
Entrevistador: Oswaldo Rodrigues
Entrevistado: Emerson Pippi
Comentário
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