Em uma entrevista especial conduzida por Oswaldo Rodrigues para o NumisPlay, Manoel Farinhas, diretor do Departamento de Numismática do Clube Filatélico e Numismático de Santos, compartilhou detalhes valiosos sobre a história, as atividades e a importância dessa tradicional agremiação para o colecionismo no Brasil.
O Clube Filatélico e Numismático de Santos tem suas raízes no Núcleo Filatélico de Santos, fundado em 11 de outubro de 1939. Em 1941, já com estatutos aprovados, passou a se chamar Clube Filatélico de Santos e, em 1943, adotou o nome atual, refletindo a inclusão da numismática em suas atividades. Desde então, o clube tem sido um ponto de encontro para colecionadores de selos e moedas da região, promovendo exposições, palestras e eventos que fomentam o estudo e a troca de informações entre os entusiastas.
O símbolo do clube é inspirado em um carimbo filatélico de 1842, conhecido como o "peixinho", que representava a cidade de Santos antes da emissão dos primeiros selos postais. Esse ícone histórico reforça a ligação do clube com a tradição local e a importância da filatelia e numismática como formas de preservar a memória cultural.
Manoel Farinhas destacou que o clube realiza exposições regulares desde 1941, incluindo eventos chamados "Sampex" (Santos Filatélico Exposição), que marcaram momentos importantes da história do clube. Nessas ocasiões, foram cunhadas medalhas e moedas comemorativas, como as barrinhas de prata numeradas e medalhas em bronze, prata e cobre, que hoje são peças valiosas para colecionadores.
Alguns eventos notáveis incluem:
A primeira Sampex em 1949, que comemorou o centenário de nascimento de Rui Barbosa, com a confecção de medalhas em vários metais e moedas carimbadas.
A segunda Sampex em 1955, em homenagem ao aniversário da cidade de Santos, com peças em bronze, cobre e prata.
A terceira Sampex em 1956, dedicada a Santos Dumont e ao Congresso Brasileiro de Turismo, que também contou com medalhas e barras de prata.
Durante os anos 1970, o clube passou por um período de inatividade, com poucas iniciativas e pouca documentação disponível. Porém, em 1985, o clube foi reativado, reunindo jovens colecionadores e retomando suas atividades com exposições, cursos e eventos regulares. A partir de então, o clube passou a realizar cunhagens comemorativas, como as peças de 200 e 500 réis em homenagem ao Centenário da República, com apoio da Sociedade Numismática Brasileira.
O Clube Filatélico e Numismático de Santos é um exemplo de como as associações locais contribuem para a preservação da história e para o fortalecimento do colecionismo no Brasil. Além de promover o intercâmbio entre colecionadores, o clube fomenta o estudo e a valorização das moedas, cédulas e selos, incentivando tanto iniciantes quanto veteranos a aprofundar seus conhecimentos.
Manoel Farinhas ressaltou a importância do clube como espaço de convivência e aprendizado, destacando a riqueza das peças produzidas ao longo das décadas e o papel fundamental das entidades numismáticas para a cultura brasileira. A continuidade do clube depende do engajamento das novas gerações e da valorização do patrimônio histórico numismático e filatélico.
Esta entrevista revela a trajetória e o impacto do Clube Filatélico e Numismático de Santos, reforçando sua posição como uma referência histórica e cultural no cenário do colecionismo nacional.
Entrevistador: Oswaldo Rodrigues
Entrevistado: Manoel Farinhas
Data da entrevista: 2024
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