A série "Jotas, Casa da Moeda do Rio, 1º Tipo - Prata" refere-se a moedas de prata cunhadas entre 1754 e 1770 pela Casa da Moeda do Rio de Janeiro, durante o reinado de D. José I (1750–1777). Conhecidas como "Jotas" devido à proeminência da inicial "J" (de José) nas inscrições, essas moedas representam o primeiro tipo de design desta série produzido no Rio, distinguindo-se por características artísticas específicas. Cunhadas na capital do Brasil colonial a partir de 1763, elas refletem a riqueza mineral da colônia, especialmente a prata de Minas Gerais, e a crescente importância do Rio de Janeiro no Império Português. A série é um marco na numismática colonial, destacando a sofisticação da cunhagem local.
As moedas foram cunhadas entre 1754 e 1770, durante o reinado de D. José I, em um período de auge do ciclo do ouro e da prata no Brasil. Elas circularam amplamente no Brasil colonial, especialmente no Rio de Janeiro, e em menor escala em Portugal e outras colônias portuguesas. As moedas de prata, como os patacões (640 réis), eram usadas em transações comerciais de médio e alto valor, complementando as moedas de ouro e cobre. Sua circulação se estendeu além de 1770 devido ao valor intrínseco da prata e à escassez de novas emissões em algumas regiões.
A Casa da Moeda do Rio de Janeiro, fundada em 1714, foi responsável pela produção desta série. Com a transferência da capital colonial de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763, a casa assumiu um papel central na cunhagem de moedas para atender às demandas econômicas da colônia. Utilizando prata extraída principalmente de Minas Gerais, a Casa da Moeda do Rio operava sob supervisão portuguesa, seguindo padrões estabelecidos pela Casa da Moeda de Lisboa. A designação "1º Tipo" indica o design inicial desta série, possivelmente com características distintas em relação a tipos subsequentes.
As moedas foram produzidas com técnicas avançadas para o contexto colonial:
As moedas apresentavam inscrições em latim, seguindo a tradição numismática portuguesa. No anverso, a legenda "JOSEPHUS I DEI GRATIA" (José I, Pela Graça de Deus) acompanhava o busto do rei, com a inicial "J" possivelmente destacada no design. No reverso, a inscrição "REX PORTUGALIAE ET ALGARBIORUM" (Rei de Portugal e dos Algarves) era comum, junto ao brasão de armas português. Algumas moedas incluíam valores nominais, como "640" ou "320" (réis), gravados diretamente.
A cunhagem desta série ocorreu durante um período de prosperidade e reformas no Império Português:
As moedas de prata geralmente apresentavam bordos serrilhados ou cordonados, com padrões em forma de corda para prevenir falsificações e recortes. Esses bordos eram padrão para moedas de maior valor, garantindo segurança e autenticidade.
Estas moedas são classificadas como moedas, destinadas à circulação como meio de pagamento. O reverso exibia o brasão de armas português, com a coroa real e os sete castelos, simbolizando a unidade do reino. Algumas denominações apresentavam valores nominais gravados diretamente no reverso.
As variações desta série incluem:
Os gravadores específicos desta série não são amplamente documentados. A Casa da Moeda do Rio empregava artesãos locais e, ocasionalmente, recebia cunhos de Lisboa, produzidos por mestres gravadores anônimos seguindo padrões reais.
As moedas frequentemente apresentavam a sigla "R" (de Rio de Janeiro) para indicar a Casa da Moeda responsável. O abridor de cunho, responsável pela criação dos moldes, não é identificado nos registros, sendo provavelmente um artesão da Casa da Moeda do Rio.
As moedas homenageavam D. José I, com seu busto e a inscrição "JOSEPHUS I" no anverso, simbolizando a autoridade monárquica e a prosperidade do império. A designação "Jotas" reforça a homenagem ao rei através da ênfase em sua inicial.
A produção foi significativa, impulsionada pela abundância de prata do Brasil colonial. No entanto, números exatos de tiragem não são amplamente documentados. As moedas de prata eram cunhadas em quantidades suficientes para atender ao comércio no Rio de Janeiro e em outras regiões coloniais. Colecionadores podem consultar o catálogo da CCMBR para detalhes de tiragem e raridade.
As moedas eram de prata com 90–91,7% de pureza, com pesos variando conforme a denominação: por exemplo, o patacão de 640 réis pesava cerca de 14,3 gramas, enquanto moedas menores, como 75 réis, pesavam cerca de 1,8 gramas. A alta qualidade da prata garantia a aceitação das moedas em transações internacionais.
Gomes, A. J. (2003). Moedas Portuguesas e do Território que Hoje é Portugal. Lisboa: Associação Numismática de Portugal.
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