A série de moedas em ouro cunhadas pela Casa da Moeda de Lisboa durante o reinado de D. José I de Portugal (1749-1777) representa uma das fases mais emblemáticas da numária luso-brasileira colonial. Este 1º tipo é particularmente reconhecido pela legenda "IOSEPHUS DOMINVS", expressão latina que significa José Senhor, atestando a centralização do poder régio e a reafirmação simbólica da autoridade monárquica nas moedas.
Lisboa, capital do Reino de Portugal, abrigava a principal casa da moeda do império português na época, responsável pela cunhagem oficial de moedas para circulação metropolitana e, por extensão, das colônias, incluindo o Brasil.
Produção: 1749 a 1777
Circulação: Iniciada em 1749, as peças permaneceram em circulação no Brasil e Portugal até o fim do reinado de D. José I e, em algumas localidades, estendendo-se até as reformas monetárias subsequentes no início do reinado de D. Maria I.
As moedas foram produzidas por meio do método de cunhagem a martelo nas séries iniciais e, progressivamente, por prensas manuais mais aprimoradas, o que resultou em melhores detalhes nas gravações e menor variação entre as peças.
As ligas metálicas utilizadas seguiam os padrões de pureza régia estabelecidos nas ordenações monetárias.
Há registros de que algumas dessas moedas teriam sido cunhadas com ouro proveniente do Brasil colonial, principalmente das minas de Minas Gerais e Goiás. Em virtude disso, a lenda popular dizia que “o ouro do Brasil sustentava o trono português”, consolidando a imagem simbólica dessas moedas como reflexo da riqueza colonial.
Este período corresponde ao auge do absolutismo iluminado português, sob a forte influência do Marquês de Pombal, ministro de D. José I. Após o terremoto de 1755, grande parte do ouro colonial foi usado para financiar a reconstrução de Lisboa, intensificando a cunhagem.
Anverso: IOSEPHUS I D G PORT ET ALG REX
(José I, pela Graça de Deus, Rei de Portugal e Algarves)
Reverso: Brasão português encimado por coroa régia, cruz de Cristo ao centro.
Orla serrilhada simples ou bordo liso, dependendo da série.
Reverso tipo moeda (orientação de 180º entre anverso e reverso)
Algumas peças podem apresentar pequenas variações na grafia das legendas ou no estilo da coroa e brasão.
Diferenças no acabamento e na espessura do bordo também foram registradas.
Embora nem todas as séries tragam siglas visíveis, há registros de atuação de gravatistas régios como:
José António Duarte
Manuel de Noronha
Francisco Xavier
que atuavam na Casa da Moeda de Lisboa nesse período.
Algumas moedas podem apresentar discretas siglas de gravadores ou abridores de cunho junto à orla inferior do anverso.
Possivelmente os mesmos mestres gravadores, sem registros nominais precisos em algumas séries específicas.
Dedicadas a D. José I, exaltando sua figura e reafirmando o absolutismo iluminado em Portugal e colônias.
Ouro, teor de aproximadamente 91,7% (22 quilates), conforme padrões da época.
A confirmar com as referências do catálogo CCMBR, mas registros históricos indicam grandes volumes de emissão, dada a intensa atividade da Casa da Moeda de Lisboa no período pombalino.
Resenha Histórica da Numária Portuguesa – Alberto Gomes (2003)
Catálogo CCMBR – Numismática Brasileira Colonial
Arquivo Histórico da Casa da Moeda de Lisboa
https://www.ccmbr.com.br/respon/familiaMoeda.php?id=148&epoca=3&pais=36
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