Em 1749, a Coroa Portuguesa autorizou a emissão de moedas especificamente destinadas às capitanias do Maranhão e Grão-Pará, duas regiões então economicamente ativas, mas carentes de numerário metálico. A cunhagem foi realizada diretamente em Lisboa, na Casa da Moeda oficial do Reino, e posteriormente enviada ao Brasil por embarcações militares e comerciais.
Emitidas em 1749, essas moedas chegaram ao território brasileiro ainda no mesmo ano e foram imediatamente integradas à economia local. Circularam principalmente nas cidades de São Luís, Belém e regiões adjacentes, sendo utilizadas tanto no comércio quanto no pagamento de soldos e tributos.
Produzidas com tecnologia de ponta para a época, foram cunhadas em balancim com precisão mecânica. A qualidade da gravação e o rigor das proporções refletem os altos padrões da Casa da Moeda de Lisboa no século XVIII.
Estas moedas ficaram conhecidas como "moedas de remessa", pois não foram cunhadas em solo brasileiro, mas sim remetidas especificamente para atender demandas regionais.
Alguns exemplares apresentam traços distintos nos escudos e coroas, sendo objeto de estudo entre especialistas em variantes lisboetas.
A quantidade enviada era cuidadosamente contabilizada e supervisionada por fiscais da Fazenda Real embarcados junto aos carregamentos.
Emitidas durante o reinado de D. João V, essas moedas fazem parte do esforço da monarquia em consolidar a presença portuguesa na Amazônia, fortalecendo a administração local e a arrecadação fiscal com numerário próprio, ao invés de depender de moedas estrangeiras ou trocas informais.
As legendas exaltavam D. João V, com títulos abreviados em latim, típicos das emissões metropolitanas. Os bordos podiam ser lisos ou serrilhados, dependendo do valor e do lote emitido, com algumas séries apresentando filetes ornamentais para dificultar o cerceamento.
O reverso trazia o tradicional brasão real português, com elementos heráldicos padronizados, mas com pequenas variações que identificam o gravador ou o lote específico. A data de 1749 figura de forma destacada, normalmente abaixo do brasão.
Como era comum na Casa da Moeda de Lisboa, siglas de abridores de cunho e mestres gravadores podiam estar presentes de forma sutil. Alguns exemplares analisados indicam a atuação de gravadores experientes como João Faustino ou Manuel de Noronha, embora a documentação oficial seja escassa.
As moedas não continham homenagens diretas além da exaltação à figura régia de D. João V, considerado o patrono da expansão monetária portuguesa no ultramar.
As moedas dessa remessa foram cunhadas em prata ou cobre, conforme o valor facial e o objetivo de circulação. O metal era de qualidade, seguindo os padrões metropolitanos, com pureza garantida pelos fiscais da Coroa.
Postas em circulação ainda em 1749, essas moedas foram amplamente utilizadas até o início do século XIX. Muitas foram posteriormente fundidas, reencunhadas ou perderam-se na circulação regional, tornando os exemplares remanescentes raros e valiosos para colecionadores.
Catálogo Geral de Moedas do Brasil Colonial – CCMBR
Arquivo Histórico Ultramarino – Correspondência entre Lisboa e Belém
Documentos da Junta da Fazenda Real – 1749
Numismática Portuguesa – Série de Exportação para as Capitanias do Norte
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