Fundada oficialmente em 1694, a Casa da Moeda do Rio de Janeiro consolidou-se como uma das principais instituições monetárias do período colonial. A cunhagem de moedas de prata entre 1748 e 1750 representou a ampliação da produção para além do ouro, visando regular o comércio local e substituir o numerário estrangeiro em circulação.
Essas moedas foram produzidas entre 1748 e 1750, período de expansão da economia colonial e de fortalecimento do Rio de Janeiro como principal porto da colônia. Circularam amplamente em todo o sudeste, principalmente entre comerciantes, mineradores e autoridades administrativas.
Cunhadas em balancim manual, as moedas de prata dessa série apresentam alto grau de acabamento. A precisão na gravação de legendas e brasões reflete a presença de gravadores experientes e o uso de matrizes bem definidas enviadas de Lisboa.
Algumas moedas desta série apresentam diferenças no alinhamento das letras e nos traços da coroa, sendo muito valorizadas por colecionadores.
Eram frequentemente utilizadas como moeda de troca para compra de escravos e bens importados, dada sua alta aceitação e valor intrínseco.
A prata utilizada, muitas vezes extraída de regiões como Goiás e Mato Grosso, era refinada localmente antes da cunhagem.
Foram cunhadas durante o reinado de D. João V, num momento de transição entre o ciclo do ouro e a diversificação econômica. A decisão de expandir a cunhagem de prata visava equilibrar o sistema monetário, atendendo à crescente demanda por numerário médio.
As legendas exaltavam D. João V com títulos em latim, geralmente dispostos em duas linhas no anverso. Os bordos eram cordoados ou lisos, e em alguns casos continham inscrições decorativas ou símbolos florais, dificultando a prática do cerceamento.
O reverso exibia o tradicional brasão real português, com escudo central ladeado por elementos heráldicos e encimado por coroa. Há variações notáveis na distância entre os elementos do brasão, no tipo de cruz e na forma dos numerais da data.
Embora a maioria das peças não traga siglas visíveis, registros da Casa da Moeda indicam a presença de mestres cunhadores oriundos de Lisboa, encarregados de supervisionar a qualidade das cunhagens. Alguns cunhos podem ter sido assinados discretamente com letras minúsculas ou símbolos ocultos.
As moedas não trazem homenagens específicas além da exaltação do monarca D. João V, cuja autoridade era reforçada pela presença de seu nome e títulos na legenda.
Foram cunhadas em prata de boa pureza, geralmente entre 800 e 917 milésimos, respeitando os padrões estabelecidos pela Coroa. O metal era obtido tanto de fontes locais quanto de importação complementar.
Embora cunhadas até 1750, essas moedas permaneceram em circulação até meados do século XIX, devido à sua confiabilidade e valor intrínseco. Eram comumente encontradas em cofres de famílias ricas e em transações de grande porte.
Catálogo Geral de Moedas do Brasil Colonial – CCMBR
Arquivo Nacional – Documentos da Casa da Moeda do Rio de Janeiro
Estudos sobre a Circulação da Prata no Brasil Colonial – CCMBR
Acervo de Moedas de Prata do Século XVIII – CCMBR
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