Durante o período de transição entre a reutilização de numerário estrangeiro e a padronização da cunhagem no Brasil, a Casa da Moeda da Bahia manteve, de forma complementar à cunhagem original, o uso de carimbos oficiais em discos ou moedas reaproveitadas, criando assim o 3º tipo com carimbo. Esse tipo representa um modelo híbrido, utilizado quando ainda não havia capacidade plena para suprir a demanda com novas moedas cunhadas.
Produzidas entre 1749 e 1760, essas moedas circularam paralelamente às cunhadas sem carimbo, sendo comuns em regiões com escassez de numerário miúdo. Sua função era revalidar moedas antigas ou estrangeiras, integrando-as oficialmente ao sistema colonial.
O processo consistia em aplicar um carimbo oficial com o brasão real português, valor e data sobre moedas preexistentes ou discos lisos. Os carimbos eram aplicados manualmente, frequentemente gerando desalinhamentos, impressões duplas ou incompletas, características típicas desses exemplares.
Algumas moedas apresentam dois carimbos diferentes, indicando reaproveitamento múltiplo ao longo dos anos.
Os exemplares com carimbo sobre moedas estrangeiras (como espanholas) são especialmente procurados por colecionadores.
Circulavam com valor oficial mesmo quando o carimbo estava parcialmente ilegível — o importante era a marca da autoridade real.
Emitidas no final do reinado de D. João V e início do de D. José I, essas moedas refletem o esforço da administração colonial em regularizar o numerário sem interromper o fluxo comercial. A utilização de carimbos era uma solução temporária, mas eficaz, até a plena instalação da infraestrutura de cunhagem.
Por serem moedas reaproveitadas, as legendas variavam conforme o exemplar original. O carimbo em si podia conter apenas o valor e a data, ou, em casos mais elaborados, o brasão português simplificado. Os bordos geralmente eram lisos ou serrilhados, conforme o padrão da moeda-base.
O carimbo podia ser aplicado em um ou ambos os lados, dependendo da moeda utilizada. Há grande variedade de formas, tamanhos e profundidade dos carimbos, tornando essa série uma das mais complexas do ponto de vista classificatório. Algumas variações também envolvem carimbos regionais ou de emergência.
Os carimbos eram confeccionados por oficinas locais sob autorização da Junta da Fazenda, e muitas vezes não possuíam siglas identificadoras. Poucos nomes de abridores são conhecidos, mas acredita-se que alguns moldes foram importados diretamente de Lisboa.
Essas moedas não continham homenagens específicas, mas o carimbo com o brasão real e as siglas do rei vigente servia como símbolo de autoridade e garantia oficial de circulação.
Feitas a partir de moedas estrangeiras, nacionais antigas ou discos de cobre fundido localmente, essas moedas variavam em peso, diâmetro e teor de cobre. A prática visava o reaproveitamento de materiais já disponíveis na colônia.
Permaneceram em circulação mesmo após o início da cunhagem direta sem carimbo. Nas regiões mais afastadas, essas moedas continuaram a ser aceitas por décadas, especialmente em mercados populares e feiras rurais.
Catálogo Geral de Moedas do Brasil Colonial – CCMBR
Arquivo Histórico da Bahia
Documentos da Junta da Fazenda da Capitania da Bahia
Acervo CCMBR de Moedas Carimbadas
Estudos da Numismática Colonial Brasileira – CCMBR
Marketplace CCMBR
Consulte dados técnicos, imagens, valores atualizados e oportunidades de compra e venda.
Acesse aqui
Comentário