A Casa da Moeda da Bahia, localizada em Salvador, foi a segunda instituição oficial a cunhar moedas no Brasil. Entre suas emissões mais curiosas e históricas está a série de moedas de cobre com carimbo oficial, classificadas como o 1º tipo. Essas moedas eram, na verdade, discos monetários reaproveitados — frequentemente moedas estrangeiras — que recebiam um carimbo real para autenticação e entrada em circulação.
Emitidas entre 1729 e 1748, essas moedas circularam especialmente no norte e nordeste do Brasil, regiões de intensa atividade comercial e escassez de numerário. Sua circulação também se estendia às demais capitanias, suprindo a deficiência de moedas miúdas no mercado interno colonial.
Ao invés de cunhagem tradicional em balancim, as peças eram carimbadas com um selo oficial real sobre moedas de cobre pré-existentes. Esse processo era mais rápido e econômico, e conferia legitimidade ao uso de moedas já disponíveis.
Muitas dessas moedas possuem bases estrangeiras, como centavos espanhóis ou soldos portugueses, o que confere enorme variedade visual à série.
O carimbo aplicado pode variar em nitidez, posição e até presença dupla, o que valoriza certos exemplares entre os colecionadores.
Algumas moedas apresentam carimbos falsificados, feitos por particulares que tentavam introduzir peças não oficiais na economia colonial.
São consideradas por muitos como precursoras do conceito de moeda fiduciária oficial baseada na chancela real.
Estas emissões ocorreram durante os reinados de D. João V e início de D. José I, em um período de transição política e fortalecimento da administração colonial no Brasil. As carimbagens refletiam a tentativa da Coroa de ordenar a circulação monetária e conter fraudes num período de escassez de moedas fracionárias.
Como se tratava de reaproveitamento de moedas, as legendas originais variam, e frequentemente estão parcialmente visíveis.
O bordo, geralmente liso, não apresentava ornamentações, o que era comum nas moedas de cobre da época.
O carimbo oficial — muitas vezes um brasão com coroa ou siglas reais abreviadas — podia ser encontrado em diferentes posições ou em ambos os lados da moeda. Há registros de variações nos traços, contornos e até carimbos múltiplos na mesma peça.
Os carimbos eram aplicados por funcionários da Casa da Moeda da Bahia, mas os nomes dos abridores de cunho e gravadores não foram preservados em registros históricos. A diversidade dos carimbos sugere mais de um modelo utilizado ao longo dos anos.
As moedas não homenageavam figuras específicas, mas o carimbo oficial representava a autoridade da Coroa Portuguesa, simbolizando a soberania sobre a circulação monetária no território colonial.
Produzidas em cobre, essas moedas tinham valor baixo, porém essencial para o comércio cotidiano. Não há números exatos sobre a quantidade emitida, mas estima-se que centenas de milhares tenham sido carimbadas ao longo das duas décadas de vigência.
A circulação ativa durou de 1729 até meados do século XVIII, sendo gradualmente substituídas por emissões regulares de cunhagem direta. No entanto, algumas dessas peças permaneceram em uso por décadas em regiões mais isoladas.
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