Emitidas pela Casa da Moeda do Porto, estas moedas de cobre integraram o meio circulante durante o século XVIII. Diferenciaram-se das demais pela disposição característica da data entre cruzetas (✠) no anverso, conferindo-lhes um padrão estético próprio e facilitando sua identificação oficial.
Foram cunhadas entre 1715 e 1746, permanecendo em circulação no império português e, de maneira significativa, em territórios ultramarinos como o Brasil. Mesmo após o encerramento da produção, muitas peças seguiram em uso nas décadas posteriores, principalmente em mercados regionais.
Produzidas em cobre, essas moedas foram cunhadas por processos manuais, alternando entre martelo e prensa de balancim. O padrão com cruzetas marcava a data no anverso e, diferentemente das peças carimbadas, não receberam sobreposições de validação posterior, o que preserva melhor seus detalhes originais.
No imaginário popular da época, moedas com cruzetas simétricas eram consideradas de boa fortuna, especialmente quando encontradas com marcas incompletas ou desalinhadas, sinais que acreditava-se trazer sorte financeira. Já no Brasil colonial, as moedas dessa série eram chamadas informalmente de "Cruzetadas".
A produção acompanhou os reinados de D. João V e parte de D. José I, período em que Portugal vivenciou o auge da exploração aurífera nas Américas e a reorganização fiscal e monetária, buscando controlar o volume de cobre circulante nas colônias.
As moedas ostentavam legendas com o nome do soberano e a data centralizada entre cruzetas (✠). Os bordos, por serem lisos e resultantes da cunhagem manual, apresentavam irregularidades e desgastes acentuados com o uso.
O reverso seguia o padrão heráldico lusitano, contendo geralmente o escudo português encimado por coroa. Algumas variantes se identificam pela diferença na distância entre as cruzetas, diâmetro das letras e pequenos defeitos nos cunhos.
Como de costume na época, os gravadores e abridores de cunho raramente assinavam suas obras. A fabricação seguia padrões da Casa da Moeda do Porto, sob regulamentação régia e fiscalização do Provedor da Moeda.
Por se tratar de moeda fiduciária, as peças não homenageavam personalidades. Sua função era exclusivamente econômica e institucional.
Cunhadas em cobre, foram utilizadas em transações cotidianas de pequeno valor, tanto no reino quanto nas colônias, sustentando o comércio popular.
Fabricadas entre 1715 e 1746, estas moedas continuaram em circulação até o final do século XVIII e início do XIX, especialmente em regiões rurais e colônias menos fiscalizadas.
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