Entre as grandes séries de Mil Réis e as pequenas cuproníqueis, surgiram — sobretudo no fim do século XVIII e início do XIX — moedas de valores intermediários: 640 Réis, 320 Réis e 160 Réis. Essas denominações facilitaram trocos e pagamentos de menores valores, complementando o sistema colonial brasileiro.
Período de Circulação: c. 1790–1820
Motivação: A escassez de peças de cobre de valores baixos por um lado e o alto valor do Mil Réis por outro geraram a necessidade de valores intermediários para o comércio cotidiano, pagamento de pequenos salários e impostos menores.
Produção: Cunhadas em cobre ou bronze nas Casas de Moeda de Salvador e Rio de Janeiro, muitas vezes reaproveitando cunhos das séries de 320 e 160 Réis anteriores às grandes reformas do século XIX.
Denominação | Material | Peso Médio | Diâmetro | Gravura Anverso | Gravura Reverso |
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640 Réis | Cobre ou Bronze | ~10 g | 28–30 mm | Legenda “640 RÉIS” e coroa | Cruz de Cristo estilizada |
320 Réis | Cobre | ~6 g | 24–26 mm | Numeração “320” centralizada | Escudete com cruz pequena |
160 Réis | Cobre | ~3 g | 20–22 mm | Valor “160 RÉIS” em círculo | Cruz de braços iguais, sem legenda |
Observação: as medidas e pesos variam conforme anos de cunhagem e desgastes de cunho.
Troco Correto: Eram amplamente usadas em vendas de mercadorias fracionadas (por exemplo: sal, peixe, tecidos) onde o 320 Réis servia para meias transações do 640 Réis (meio-patacão) e o 160 Réis para trocos menores.
Transição para o Império: Após 1822, essas denominações foram gradualmente substituídas pelas séries do Império (60 Réis, 120 Réis etc.), mas muitos exemplares continuaram em circulação até meados do reinado de D. Pedro II.
Variedades Regionais: Em Salvador, circularam peças marcadas com carimbos de província; no Rio de Janeiro, foram feitas provas para teste de liga que hoje são cobiçadas por especialistas.
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