As moedas vicentinas representam as primeiras emissões coloniais brasileiras, cunhadas sob autoridade portuguesa entre meados do século XVI e o início do século XVII. Elas marcam a implantação de um numerário próprio na colônia, essencial para o desenvolvimento econômico local e a consolidação do Real como unidade monetária.
Período de Circulação: c. 1556 – c. 1576
Origem do Nome: Homenagem a São Vicente (padroeiro da primeira vila), cunhadas inicialmente em Lisboa e enviadas ao Brasil; depois reproduzidas em casas de fundição locais.
Motivação: Necessidade de moeda para o comércio de açúcar, pau-brasil e prestação de tributos, evitando a escassez de numerário trazido da Europa.
Instalações Locais: Embora a maior parte fosse produzida em Lisboa, existem relatos de provas e contramarcas feitas em Salvador e na capitania de Pernambuco para validar as peças.
Material: Cobre (liga com pequenas quantidades de estanho)
Peso Médio: 2,5 – 3,5 g
Diâmetro: 20 – 24 mm (forma irregular)
Cunhagem: Manual, com cunhos simples para anverso (cruz de braços iguais) e reverso (legenda em círculo)
Legendas Típicas:
Anverso: “+SVNT-VIN-CENT I”
Reverso: “BRA-ZIL-IA”
Raridade: Muitas peças foram derretidas ao longo dos séculos, tornando exemplares originais muito valiosos.
Rebatimentos: Alguns colecionadores encontraram vicentinas rebatidas com carimbos de cobre vindos de contrabando: curiosidades que atestam o movimento de moeda em regiões remotas.
Lenda da “Moeda Fantasma”: Circulam histórias de espécimes com falhas de cunho que teriam “desaparecido” em naufrágios, alimentando o imaginário numismático.
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