A Sociedade Numismática Brasileira (SNB) realizou seu 3º Webinar, desta vez com a ilustre participação de Paulo Antônio Rodrigues de Abreu, administrador da MM Numismática, associado da SNB e um dos mais respeitados estudiosos do tema graduação de moedas no país. A apresentação, que teve excelente repercussão em congresso anterior, foi novamente exibida para um público atento e entusiasta.
Paulo abriu o webinar destacando o crescente interesse mundial — e especialmente no Brasil — pelas moedas graduadas e certificadas. O palestrante explicou que o processo de certificação oferece aos colecionadores não apenas a garantia do estado de conservação da peça, mas também a confirmação de sua autenticidade. Em tempos de proliferação de falsificações, principalmente vindas da China, essa segurança tornou-se indispensável.
Para ilustrar a importância da certificação, Paulo fez paralelos com produtos consagrados como o Vinho do Porto e o Queijo da Serra da Estrela. Ambos, reconhecidos mundialmente, possuem selos e certificados que atestam sua origem e autenticidade — uma prática já consolidada em outros segmentos e que, na numismática, se concretiza por meio da graduação e encapsulamento de moedas.
Paulo detalhou a origem e a evolução da Escala de Sheldon, criada em 1949 nos Estados Unidos. Originalmente voltada para moedas específicas, a escala de 1 a 70 pontos se consolidou mundialmente e atualmente é aplicada a todas as moedas, permitindo que colecionadores de diferentes países comuniquem-se de forma uniforme.
O palestrante apresentou a equivalência da escala brasileira com a de Sheldon e destacou os elementos avaliados na graduação de uma moeda: qualidade de cunhagem, preservação, brilho, cor e aspecto geral. Ressaltou também a importância de utilizar lentes apropriadas de 5 a 10 vezes de aumento para avaliação numismática.
Outro ponto abordado foram as moedas classificadas como ‘Details’, que, apesar de preservadas, apresentam interferências que impedem sua graduação convencional, como limpeza, polimento excessivo, riscos acentuados ou ajustes. Paulo orientou os colecionadores a identificarem essas características, que afetam significativamente o valor de mercado.
Paulo citou as principais certificadoras internacionais, como NGC, PCGS, ANACS e a francesa GENI, destacando que no Brasil ainda não há uma empresa nacional com credibilidade suficiente para operar de forma independente. Segundo ele, o ideal seria a instalação de uma filial ou representação oficial de uma dessas gravadoras estrangeiras, evitando assim possíveis conflitos de interesse.
Para enriquecer a palestra, Paulo exibiu imagens de moedas históricas brasileiras, como os patacões de 960 réis, exemplificando suas graduações e explicando as diferenças entre elas segundo a Escala de Sheldon. Foram analisados aspectos como brilho, desgaste, cunhagem e presença de marcas.
Paulo reforçou a importância de os colecionadores brasileiros adotarem tanto a graduação nacional quanto a Escala de Sheldon, principalmente para aqueles que realizam transações internacionais. Ressaltou também que a graduação por empresas independentes é essencial para estabelecer padrões de avaliação e negociação justos.
A palestra foi encerrada com um sorteio especial do Manual de Erros e Moedas, de Edil Gomes, entre os participantes, seguido de uma sessão de perguntas e respostas, onde o palestrante esclareceu desde critérios de cunhagem até questões sobre alfândega e mercado internacional.
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