
12.17 Carimbo Divino sobre 40 réis
Descrição
O Carimbo Divino sobre 40 réis é uma contramarca de origem religiosa e popular, aplicada sobre moedas de 40 réis no Brasil colonial e imperial. Assim como as demais variações da série “Divino”, esse carimbo servia para consagrar as moedas ao Divino Espírito Santo, associando valor monetário a uma função simbólica, devocional ou comunitária.
Contexto Histórico
Durante os séculos XVIII e XIX, a devoção ao Divino Espírito Santo era uma das expressões religiosas mais fortes e populares do Brasil, especialmente no interior e nas vilas coloniais. Era comum que moedas fossem carimbadas com a palavra “Divino” e, às vezes, com símbolos associados (pomba, cruz ou raios), para uso em festas religiosas, rifas, quermesses e doações beneficentes.
As moedas de 40 réis eram amplamente utilizadas na economia da época e, por isso, também figuravam entre as preferidas para receber esse tipo de marca, que muitas vezes indicava que a moeda havia sido “consagrada” em uma festividade ou cerimônia do Divino.
Características do Carimbo
O carimbo costuma trazer a palavra “Divino”, gravada artesanalmente em alto ou baixo-relevo. Em alguns casos, pode vir acompanhada de pequenas cruzes, estrelas ou a figura da pomba representando o Espírito Santo.
A aplicação era feita manualmente e sem padrão fixo, variando em tamanho, tipografia e posicionamento. Muitas vezes, aparece próximo ao valor da moeda ou em áreas livres do campo monetário.
Datas Relevantes
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Século XVIII ao XIX: uso documentado e recorrente.
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Em algumas comunidades rurais, o costume sobreviveu de forma pontual até o século XX.
Motivos para o Uso
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Consagrar moedas ao Divino Espírito Santo, garantindo sua “proteção espiritual”.
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Uso específico em festas e quermesses do Divino, funcionando como ficha ou moeda local temporária.
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Marcar a moeda como parte de promessas ou oferendas religiosas.
Importância Numismática
Moedas com o Carimbo Divino sobre 40 réis são valiosas não apenas pela raridade, mas pelo valor etnográfico e simbólico que carregam. Representam um capítulo riquíssimo da história cultural e religiosa brasileira, preservando o vínculo entre fé popular e circulação monetária.
Colecionadores e estudiosos de contramarcas religiosas valorizam esses exemplares, considerando-os autênticos registros materiais da religiosidade popular e da economia informal ligada às festividades e tradições comunitárias do Brasil colonial.
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