O Carimbo Divino sobre 10 réis é uma contramarca de origem regional, aplicada sobre moedas de 10 réis e também, ocasionalmente, sobre moedas de valores diversos. Caracteriza-se pela inscrição ou símbolo religioso — normalmente a palavra “Divino” ou representações associadas ao Divino Espírito Santo — aplicada como forma de marca devocional, identificação ou eventual controle monetário.
Esse tipo de carimbo tem origem nas tradições religiosas populares brasileiras, em especial nas regiões norte, nordeste e interioranas, onde a devoção ao Divino Espírito Santo era (e ainda é) profundamente enraizada.
Embora em algumas localidades essas marcas tivessem função de marca de propriedade ou amuleto protetor, há registros históricos de moedas carimbadas com a inscrição Divino utilizadas em festividades religiosas, quermesses e eventos comunitários, funcionando como ficha ou moeda local.
É possível também que em algumas regiões tenha servido como controle informal de circulação monetária ou autenticação, embora seu uso oficial como contramarca monetária seja restrito e regionalizado.
O carimbo geralmente apresenta a palavra “Divino”, aplicada em alto ou baixo-relevo sobre moedas de 10 réis, podendo aparecer centralizada ou em áreas livres do campo da moeda.
O estilo, tamanho e acabamento variam de acordo com o local e o período de aplicação, e alguns exemplares apresentam enfeites adicionais como cruzes, estrelas ou pequenas pombas — símbolos associados ao Divino Espírito Santo.
Século XVIII e XIX: uso mais recorrente e registrado.
Persistência em algumas manifestações culturais e festas populares até meados do século XX.
Marcar moedas utilizadas em festas religiosas ou quermesses.
Proteger simbolicamente as moedas, associando-as à bênção divina.
Controlar informalmente a circulação monetária em algumas regiões ou eventos.
Os carimbos Divino sobre 10 réis são peças bastante procuradas por colecionadores especializados em contramarcas religiosas, folclóricas e regionais. Além de seu valor histórico, representam a intersecção entre fé popular e circulação monetária, revelando práticas culturais singulares no Brasil colonial e imperial.
Pelo seu caráter regional e não oficial, cada exemplar carrega valor documental único, sendo também objeto de estudo etnográfico e histórico.
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