
Colônia Santa Teresa (Santa Catarina)
A Colônia de Santa Teresa, localizada na cidade de São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina, foi uma das mais importantes instituições brasileiras destinadas ao isolamento e tratamento de pacientes com hanseníase. Fundada oficialmente em 1940, a colônia tornou-se referência na região Sul do Brasil, sendo mantida pelo governo estadual em conjunto com órgãos de saúde pública.
Contexto Histórico
Durante a primeira metade do século XX, o Brasil enfrentava sérios desafios no controle da hanseníase, e a política sanitária da época previa a internação compulsória de pacientes em leprosários. A Colônia Santa Teresa foi criada nesse contexto, abrigando centenas de pacientes afastados da sociedade, em um espaço autossuficiente, com suas próprias normas, escola, capela, hospital e atividades produtivas.
Sistema Monetário Interno
Assim como em outras colônias e lazaretos pelo mundo, a Colônia Santa Teresa adotou um sistema monetário próprio para circulação exclusiva dentro da instituição. As moedas de leprosário serviam para as trocas comerciais entre os internos e o armazém da colônia, além de atividades de lazer e serviços prestados internamente.
Embora o número de exemplares remanescentes seja limitado, há registros em acervos particulares e museológicos, que identificam moedas cunhadas em materiais de baixo valor, com marcas específicas da colônia.
Características das Moedas
As moedas de Santa Teresa seguiam o padrão das demais emissões de leprosários, com algumas particularidades:
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Material: geralmente metais comuns (alumínio ou latão)
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Valor Facial: valores pequenos para transações cotidianas (em réis ou cruzeiros, dependendo da época)
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Inscrição: indicativo da colônia e, ocasionalmente, o ano de emissão
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Circulação: exclusiva dentro da Colônia Santa Teresa, sem validade externa
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Finalidade: controle sanitário e administrativo das trocas comerciais internas
Curiosidades
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Há relatos de que os familiares enviavam dinheiro oficial para os internos, que trocavam o valor recebido por moedas internas para uso dentro da colônia.
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Algumas moedas sobreviventes são altamente valorizadas no meio numismático, pela raridade e pela história que carregam.
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A Colônia Santa Teresa encerrou oficialmente suas atividades como leprosário na segunda metade do século XX, mas sua história permanece viva por meio dos registros e acervos.
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