Comparação entre Casas da Moeda, Casas de Fundição, Oficinas de Fundição e Casas de Cunhagem: Funções e Diferenças no Contexto Colonial Brasileiro
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Casas de Fundição
Definição e Função
As Casas de Fundição foram estabelecimentos oficiais criados pela Coroa Portuguesa nas regiões mineradoras do Brasil colonial com o objetivo de controlar a extração e circulação do ouro. Nessas casas, todo o ouro extraído nas minas deveria ser entregue para fundição, transformação em barras padronizadas e marcação com o selo oficial (a marca do quintador), indicando a cobrança do imposto do quinto — 20% do valor do ouro, destinado à Coroa.
Essas instituições desempenharam um papel central no controle fiscal e no combate à evasão de impostos e contrabando de ouro, sendo parte essencial do aparato colonial português.
Contexto Histórico
Durante o Ciclo do Ouro (final do século XVII ao início do século XIX), o Brasil se tornou um dos principais centros de extração aurífera do mundo. Para garantir o recolhimento do imposto real e evitar a circulação de ouro em pó de forma clandestina, o governo português determinou que nenhuma quantidade de ouro poderia circular sem antes passar por uma Casa de Fundição.
A instalação dessas casas teve início a partir de 1720, após as rebeliões contra o rigor fiscal da Coroa, como a Revolta de Vila Rica. O sistema de fundição foi implantado em todas as regiões mineradoras estratégicas.
Características e Procedimentos
As Casas de Fundição realizavam os seguintes procedimentos:
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Recebimento do ouro em pó ou pepitas dos mineradores e comerciantes.
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Fundição do metal bruto em barras ou lingotes.
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Pesagem e apuração do peso líquido.
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Cobrança e separação do quinto pertencente à Coroa.
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Marcação das barras com o selo da Casa de Fundição e do quintador.
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Emissão de recibos para o proprietário do ouro.
Essa estrutura formalizava a circulação do ouro e assegurava o pagamento de impostos, ao mesmo tempo em que buscava desestimular o contrabando.
Casas de Fundição no Brasil Colonial
As principais Casas de Fundição no Brasil foram instaladas nos seguintes locais:
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Vila Rica (Minas Gerais)
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São João del-Rei (Minas Gerais)
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Mariana (Minas Gerais)
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Serro Frio (Minas Gerais)
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Cuiabá (Mato Grosso)
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Goiás (Vila Boa de Goiás)
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Salvador (Bahia)
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Rio de Janeiro (RJ)
Cada uma dessas casas atendia à sua região mineradora específica, funcionando sob rígido controle da Coroa.
Importância Econômica e Política
As Casas de Fundição tinham grande relevância não apenas fiscal, mas também econômica e social:
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Garantiam a arrecadação real sobre a produção aurífera.
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Reduziam a circulação de ouro em pó não autorizado.
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Reforçavam a autoridade da Coroa sobre a economia colonial.
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Tornaram-se símbolo do descontentamento popular, sendo alvo de críticas e revoltas.
Declínio e Extinção
O sistema de fundição começou a declinar no final do século XVIII, principalmente em função da redução da produção de ouro e das crescentes tensões sociais. Em 1833, já durante o período imperial, as Casas de Fundição foram oficialmente extintas, encerrando um importante capítulo da história econômica do Brasil.
Comentário
Imagem | Capitulos |
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![]() | Casas de Fundição 30/11/-0001 |
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![]() | Casas de Cunhagem |
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![]() | Conclusão e Reflexão |