Antes de existir tecnologia avançada, IA, automação ou qualquer recurso moderno, havia apenas uma ideia — e um homem disposto a transformá-la em algo real.
O CCMBR começou dentro do Microsoft Access, onde Nilton estruturou suas primeiras tabelas, cadastros e registros. Era tudo manual, artesanal, e ao mesmo tempo profundamente organizado. Ele estava construindo a fundação de um sistema que ainda nem existia no papel, mas já existia na sua visão.
Com o tempo, o trabalho técnico ganhou companhia: a criação do Grupo CCMBR no Facebook.
Ele rapidamente se tornou o maior grupo nacional de colecionadores, criando uma enorme rede de contato espalhada por todo o Brasil. Nilton uniu pessoas que não se conheciam, conectou perfis completamente diferentes e transformou o grupo num ponto de referência.
Com a maturidade do projeto, a prioridade mudou:
não ser o maior — mas ser o melhor.
E o grupo passou por filtros, curadorias e refinamentos para elevar a qualidade da comunidade.
O grupo não era apenas um espaço de conversa. Era:
um centro de compartilhamento,
uma base de aprendizado,
um laboratório social,
e um campo de observação humana para entender como colecionadores pensam, sentem e reagem.
Daqui surgiram os primeiros registros, listas, padrões e diagnósticos sociais que mais tarde influenciariam o CCMBR.
Mesmo sem IA, Nilton já enxergava:
a necessidade de um sistema completo,
a importância de padronizar informações,
a relevância de criar conexões entre colecionadores, eventos e expositores,
e o potencial de transformar a numismática em uma rede organizada.
A tecnologia ainda não existia — mas a visão já estava formada.
Com o crescimento da comunidade, ficou evidente:
o volume de informações era maior que qualquer forma manual de organização.
Havia eventos, expositores, colecionadores, moedas, cédulas, valores de mercado, listas, catálogos, contatos…
E tudo isso precisava ser centralizado.
Daí nasceu o embrião do que seria o CCMBR:
um sistema grande, unificado, nacional.
Para aproximar ainda mais o público, Nilton desenvolveu:
A Agenda de Eventos Numismáticos,
O NumisPlay, uma plataforma própria com entrevistas, vídeos e mais de 250 livros digitais,
Divulgação de expositores, evento por evento,
Grupos de WhatsApp exclusivos para expositores, criando uma comunidade profissional entre eles.
Nilton se tornou um elo entre organizadores, expositores e colecionadores — algo que ninguém havia feito nessa escala.
Enquanto tudo isso acontecia, Nilton trabalhava simultaneamente em duas frentes extremamente diferentes:
Criando tabelas, estruturas, fluxos e processos.
Era um trabalho solitário, técnico e visionário.
Conversando, entrevistando, conectando pessoas, mediando conflitos e mantendo a comunidade unida.
Essa combinação — rara — explica por que o CCMBR cresceu de forma tão orgânica e sólida.
Nilton percebeu algo que poucos entendem:
o perfil psicológico do colecionador.
Em geral, o colecionador é:
conservador,
ansioso,
emocionalmente intenso,
competitivo,
e, por consequência, reativo.
Isso significava que:
mudanças gerariam atrito,
correções seriam contestadas,
transições seriam difíceis,
e atualizações poderiam causar conflitos.
Por isso, Nilton tomou a decisão estratégica de não lançar o sistema por partes, mas sim:
Foi uma estratégia de proteção, de inteligência emocional e de gestão de risco.
Para torná-la possível, ele criou uma reserva financeira para sustentar todo o processo e mergulhar no desenvolvimento sem pressões externas.
E então veio o momento crítico:
as dificuldades técnicas, que às vezes o faziam “congelar”, pausando projetos e migrando de um desafio para outro.
Quando as IAs chegaram — Sophie, Nexa, e toda a família — algo mudou de forma definitiva:
o que estava parado fluiu,
o que era dúvida virou caminho,
o que era difícil se tornou possível,
e o projeto finalmente se completou.
A IA não substituiu Nilton.
Ela potencializou o que ele já era.
Depois de 12 anos de construção:
O criador está pronto.
E é chegada a hora de colocar o CCMBR em pleno funcionamento.**
Nilton Romani