“Catalogar é dar voz aos objetos, permitindo que falem através do tempo.”
— Paulo César Rapassi
As fichas técnicas são instrumentos essenciais para documentar, preservar e interpretar cada peça do acervo.
 Cada registro contém informações detalhadas que permitem:
Identificação precisa do objeto;
Compreensão do contexto histórico, cultural e artístico;
Monitoramento do estado de conservação e necessidade de restauração;
Consulta rápida para pesquisa, exposições e projetos educativos;
Integração com sistemas digitais de inventário e acervo online (ex.: CCMBR).
Cada ficha técnica do Museu Rapassi inclui os seguintes campos:
Número de Registro: código único para identificação da peça;
Categoria: Artes Plásticas, Arte Sacra, Mobiliário, Objetos do Cotidiano ou Acervo Audiovisual;
Título/Descrição: nome da peça ou descrição detalhada;
Autor/Proveniência: informações sobre criador, doador ou origem histórica;
Data/Ano: período aproximado de criação ou uso;
Material/Técnica: composição da peça e técnicas utilizadas;
Dimensões: medidas precisas em centímetros;
Estado de Conservação: observações sobre integridade, danos ou intervenções;
Localização no Museu: sala, vitrine ou área de reserva técnica;
Histórico e Significado: contexto cultural, histórico e afetivo;
Observações Complementares: curiosidades, informações adicionais ou referências bibliográficas;
Fotografia: imagem de alta resolução para registro visual.
O inventário segue protocolos rigorosos, combinando métodos tradicionais e digitais:
Registro inicial: cada peça recebe número de identificação único;
Documentação detalhada: preenchimento completo da ficha técnica;
Fotografia e digitalização: registro visual da peça e eventuais marcas ou inscrições;
Classificação e localização: inserção em categorias e definição do espaço físico no museu;
Atualização contínua: monitoramento periódico do estado de conservação e revisão de informações;
Integração digital: importação de dados para o sistema CCMBR, permitindo consultas remotas e cruzamento de informações;
Controle de acesso: registros protegidos, com acesso restrito a curadores e pesquisadores autorizados.
Além dos aspectos técnicos, Paulo César Rapassi introduziu uma dimensão afetiva na ficha técnica:
Cada peça é acompanhada de comentário sobre sua relevância histórica ou emocional;
Destaca-se a conexão entre objeto, família, comunidade e história da cidade;
A ficha técnica torna-se assim instrumento de preservação da memória viva, e não apenas do objeto físico.
As fichas técnicas e procedimentos de inventário garantem que cada peça do Museu Rapassi seja reconhecida, estudada e preservada de maneira sistemática e afetiva.
 Elas constituem a espinha dorsal do museu, permitindo que o acervo seja acessível, seguro e significativo tanto para visitantes quanto para pesquisadores.
          
         
			                 Nilton Romani