“A memória não é apenas lembrança; é aquilo que nos permite continuar, aprender e inspirar.”
— Paulo César Rapassi
Ao longo de décadas, Paulo César Rapassi acumulou experiências, objetos e histórias que refletem a evolução de Votuporanga e a construção do Museu Rapassi.
Nesta entrevista, ele compartilha sua visão sobre a preservação da memória, o valor do acervo e o futuro do museu, revelando a alma de quem se tornou guardião da história de uma cidade e de sua própria família.
A conversa foi organizada em blocos temáticos, permitindo ao leitor compreender tanto os fatos históricos quanto as reflexões pessoais do fundador.
Pergunta: Como você lembra sua infância em Votuporanga?
Paulo César Rapassi:
“Cresci em uma cidade pequena, mas cheia de vida. Cada casa, cada praça, cada rosto tinha uma história. Aprendi a valorizar as coisas simples: uma fotografia, um móvel antigo, uma carta de família. Tudo isso me ensinou que memória é patrimônio, mesmo antes de saber que isso se tornaria meu trabalho.”
Comentário editorial:
Desde cedo, Paulo desenvolveu sensibilidade para reconhecer valor histórico em objetos cotidianos — um traço que orientaria toda sua trajetória como colecionador e fundador do museu.
Pergunta: Quando você percebeu que queria preservar objetos e histórias?
Paulo César Rapassi:
“Não houve um dia específico. Sempre gostei de guardar coisas. Mas percebi que aquilo que acumulava em casa poderia ser útil para outras pessoas, para a cidade, para a memória de todos. Cada peça era um fragmento de tempo que eu podia salvar.”
Comentário editorial:
Essa consciência marcou o início de um projeto de vida. O que começou como coleção doméstica transformou-se, com os anos, em acervo estruturado e curado, a base do futuro Museu Rapassi.
Pergunta: Como você define o Museu Rapassi?
Paulo César Rapassi:
“O museu não é só um lugar para mostrar objetos. Ele é minha casa, meu coração, meu legado. Cada peça conta uma história — da cidade, da minha família, das pessoas que passaram por aqui. Preservar é dar sentido à vida e ensinar quem somos.”
Comentário editorial:
O Museu Rapassi reflete não apenas a trajetória de um colecionador, mas também a identidade cultural de Votuporanga. A filosofia de Paulo César Rapassi transformou um espaço doméstico em instituição educativa e afetiva.
Pergunta: Quais foram os maiores desafios na criação do museu?
Paulo César Rapassi:
“O maior desafio sempre foi o tempo. Catalogar, organizar, restaurar — tudo exige paciência. Mas a maior recompensa é ver as pessoas se emocionarem, aprenderem e valorizarem nossa história. Isso faz tudo valer a pena.”
Comentário editorial:
O reconhecimento não veio apenas por títulos ou prêmios, mas pela reação da comunidade e pelo impacto duradouro que o museu exerce sobre a educação e a cultura local.
Pergunta: O que espera para o futuro do Museu Rapassi?
Paulo César Rapassi:
“Espero que continue vivo, que a próxima geração cuide do que foi guardado, que o museu siga ensinando e emocionando. Não é sobre mim, é sobre todos que passam por aqui e se lembram de quem fomos e de quem podemos ser.”
Comentário editorial:
A visão de continuidade evidencia a preocupação de Paulo César Rapassi com a perpetuação do patrimônio cultural, alinhando tradição, educação e inovação, preparando o museu para os desafios do século XXI.
Este capítulo revela a voz do próprio guardião da história, transformando fatos e objetos em narrativa viva.
A entrevista permite compreender não apenas o acervo físico, mas também o pensamento, a emoção e o propósito de Paulo César Rapassi, consolidando a relação entre indivíduo, cidade e memória cultural.
Nilton Romani