A história do Museu de Valores do Banco Central do Brasil (MVBC) reflete a própria evolução da política monetária e da preservação patrimonial do país.
 Desde sua criação na década de 1970, o museu consolidou-se como um marco institucional, cultural e educativo.
 A seguir, apresenta-se uma cronologia resumida dos principais eventos, destacando momentos de criação, expansão, modernização e reconhecimento.
1964 – É criada a Lei nº 4.595, que institui o Banco Central do Brasil, abrindo a possibilidade de criação de órgãos culturais vinculados.
1972 (16 de dezembro) – O Museu de Valores do Banco Central é oficialmente criado por Portaria nº 365, assinada pelo presidente Dorotheo Vieira de Carvalho.
1973 – Instalação do museu no edifício-sede do Banco Central no Centro do Rio de Janeiro (RJ), com exposições de cédulas, moedas e medalhas.
1974–1975 – Montagem das primeiras exposições permanentes e início do catálogo museológico interno.
1976 – Realização da primeira exposição temporária: “A Moeda no Brasil Colonial”.
1978 – Início do processo de informatização preliminar dos registros do acervo.
1981 – Transferência do Banco Central e do MVBC para Brasília (DF), no Setor Bancário Sul, junto à nova sede institucional.
1982 – Reabertura oficial do museu com a exposição “A História do Dinheiro”, ampliando o foco para educação financeira.
1983 – O museu passa a integrar o Departamento de Administração (Deadm), reforçando sua estrutura técnica.
1985 – Início da política de intercâmbio com outros museus nacionais, especialmente o Museu Histórico Nacional e a Casa da Moeda do Brasil.
1987 – Criação do Laboratório de Conservação e Restauro de peças metálicas e cédulas históricas.
1989 – Publicação do primeiro catálogo oficial do acervo, com tiragem limitada e distribuição institucional.
1991 – Reestruturação do museu sob a Diretoria de Administração, com novo regimento interno.
1994 – Lançamento da exposição especial “O Real: A Moeda do Plano Econômico Brasileiro”, marcando o início da nova moeda nacional.
1995 – O MVBC passa a integrar o Sistema Brasileiro de Museus (SBM), coordenado pelo IPHAN.
1998 – Digitalização parcial do acervo e criação do Banco de Dados Museológico.
1999 – Primeiras ações de acessibilidade e visitas educativas para escolas públicas do Distrito Federal.
2001 – Ampliação do espaço expositivo com a mostra permanente “Valor e Sociedade”.
2003 – Criação do Programa de Educação Financeira do MVBC, voltado a estudantes e professores.
2005 – Parceria com a Casa da Moeda do Brasil para exposições itinerantes.
2006 – O museu recebe o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (IPHAN), pelo destaque em preservação patrimonial.
2008 – Implantação de sistemas de controle ambiental e segurança museológica.
2009 – Criação do Tour Virtual 360º, tornando o MVBC um dos primeiros museus públicos brasileiros com acesso digital.
2011 – Adequação à Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527) e disponibilização de dados públicos.
2013 – Renovação completa da exposição “A Formação do Dinheiro Brasileiro”.
2015 – Recebe o Selo de Acessibilidade Cultural do Ministério da Cultura.
2017 – Início da digitalização em alta resolução do acervo numismático.
2018 – Integração à Plataforma Gov.br, com presença oficial digital e novos recursos interativos.
2019 – Reconhecimento formal do MVBC como unidade cultural integrante da estrutura do Banco Central, conforme Lei nº 13.844/2019.
2020 – Lançamento da Exposição Virtual “História do Real”, em comemoração aos 25 anos do Plano Real.
2021 – Implementação do Sistema de Gestão Museológica (SGM-BC) para controle digital de acervos.
2022 – Celebração dos 50 anos do Museu de Valores, com programação híbrida e reconhecimento da UNESCO como caso exemplar de integração cultural.
2023 – Expansão do acervo digital e parcerias com instituições de ensino superior.
2024 – Reestruturação curatorial com foco em educação financeira e sustentabilidade.
2025 – Integração definitiva ao Programa de Educação Financeira Nacional (ENEF), com alcance escolar em todo o Brasil.
A trajetória do Museu de Valores é marcada por cinco pilares fundamentais:
Criação institucional (1972–1981);
Consolidação e reconhecimento (1980–1990);
Expansão educativa (1990–2000);
Modernização digital (2000–2020);
Integração nacional e internacional (2020–presente).
Essa evolução demonstra que o MVBC transcende o papel de guardião do passado monetário, tornando-se um instrumento contemporâneo de cidadania, educação e memória econômica brasileira.
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			                 Nilton Romani