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Reconhecimento Institucional e Legislação







O Museu de Valores do Banco Central do Brasil (MVBC) consolidou-se, ao longo de cinco décadas, como uma das principais instituições culturais vinculadas a órgãos governamentais no país. Seu reconhecimento formal como entidade de interesse público é resultado de um processo gradual de institucionalização e regulamentação legal, iniciado ainda na década de 1970 e consolidado no século XXI.

6.1. Fundamentos Legais da Criação

O MVBC foi criado oficialmente em 16 de dezembro de 1972, por meio da Portaria nº 365, assinada pelo então presidente do Banco Central, Dorotheo Vieira de Carvalho.
Esse ato administrativo definiu o museu como órgão técnico vinculado à Diretoria de Administração do Banco Central, com a finalidade de “preservar, estudar e divulgar os valores monetários e artísticos do Brasil”.

A criação do MVBC foi amparada na Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, que estabeleceu o Banco Central do Brasil como autarquia federal responsável pela política monetária, conferindo-lhe competência para constituir unidades de apoio técnico e cultural.
Assim, o museu nasceu no âmbito da estrutura organizacional do Banco Central, com autonomia administrativa limitada, mas com plena capacidade de gestão de seu acervo e curadoria.

6.2. Reconhecimento Cultural e Institucional

O reconhecimento do MVBC como instituição cultural de interesse público foi formalizado apenas em 2019, com a promulgação da Lei nº 13.844, que reorganizou a administração pública federal e reafirmou o papel do Banco Central como órgão autônomo.
Nessa nova estrutura, o museu passou a integrar a Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução (Dior), consolidando sua natureza institucional e reforçando sua missão educativa e patrimonial.

Além da legislação federal, o museu também foi incluído em cadastros e sistemas oficiais:

  • Sistema Brasileiro de Museus (SBM), coordenado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram);

  • Cadastro Nacional de Museus (CNM);

  • Associação Internacional de Museus de Numismática (IANM), com sede em Viena, Áustria.

Essas afiliações asseguram ao MVBC o status de museu reconhecido nacional e internacionalmente, com direitos de cooperação técnica, intercâmbio e acesso a editais e programas culturais.

6.3. Normas de Funcionamento e Governança

O funcionamento do MVBC segue as diretrizes do Regimento Interno do Banco Central, que determina normas de gestão, salvaguarda, inventário e divulgação do patrimônio cultural.
A cada exercício fiscal, o museu publica um Relatório de Gestão Cultural, documento que apresenta:

  • número de visitantes presenciais e virtuais;

  • aquisições e doações de peças;

  • restaurações realizadas;

  • parcerias educacionais;

  • indicadores de acessibilidade e impacto social.

A gestão financeira e administrativa do museu é supervisionada pela Assessoria de Comunicação e Cultura (Ascom) do Banco Central, assegurando que todas as atividades culturais estejam alinhadas com os princípios de transparência, economicidade e responsabilidade institucional.

6.4. Proteção Jurídica do Acervo

O acervo do MVBC é considerado bem público federal, protegido pela legislação de patrimônio histórico e cultural, especialmente:

  • Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional;

  • Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que trata dos crimes contra o meio ambiente e o patrimônio cultural;

  • Portarias internas do Banco Central que regulamentam o manuseio, transporte e digitalização das peças.

Cada item do acervo é catalogado com um número de registro institucional, acompanhado de ficha técnica, fotografia, descrição detalhada e origem comprovada.
Essas informações são integradas ao Sistema de Gestão Museológica do Banco Central, desenvolvido para garantir rastreabilidade e segurança de todas as peças.

6.5. Transparência e Acesso à Informação

Em conformidade com a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), o Banco Central disponibiliza em seu portal digital dados sobre o Museu de Valores, incluindo relatórios, catálogos e visitas virtuais.
O museu também integra a Plataforma Gov.br, garantindo o acesso democrático ao conteúdo museológico, especialmente por meio de recursos digitais como:

  • tour virtual 3D;

  • banco de imagens em alta resolução;

  • consultas públicas ao inventário digital.

Essas iniciativas reforçam o compromisso institucional do MVBC com a transparência, a educação cidadã e a preservação da memória coletiva.

6.6. Reconhecimento Público e Prêmios

Ao longo de sua trajetória, o MVBC recebeu diversas menções honrosas e prêmios culturais, entre eles:

  • Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (IPHAN, 2006), pela contribuição à preservação da memória numismática;

  • Selo de Acessibilidade Cultural (Ministério da Cultura, 2015);

  • Reconhecimento da UNESCO (2022), como caso exemplar de integração entre economia, cultura e educação.

Esses reconhecimentos atestam o papel do museu como modelo de museologia institucional, capaz de conciliar a seriedade de uma autarquia financeira com a vitalidade de uma instituição cultural.

6.7. Síntese e Impacto Institucional

O arcabouço legal e institucional que sustenta o MVBC garante sua permanência como instrumento de memória e educação financeira do Estado brasileiro.
Sua integração ao Banco Central permite a manutenção de um padrão técnico elevado, assegurando:

  • autonomia museológica;

  • estabilidade administrativa;

  • preservação do acervo;

  • compromisso com a cidadania e a cultura.

Mais do que um espaço expositivo, o Museu de Valores se consolidou como referência nacional em governança cultural, simbolizando a união entre história, legislação e identidade econômica do Brasil.



Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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