O sistema de catalogação da Enciclopédia da Casa da Moeda do Brasil foi desenvolvido para garantir uniformidade, rastreabilidade e interoperabilidade entre os registros físicos, digitais e audiovisuais.
Todos os itens — moedas, medalhas, provas, cunhos, documentos, selos, embalagens e imagens — são registrados segundo o Padrão CCMBR, que integra dados técnicos, históricos e visuais em um modelo relacional.
A estrutura segue três níveis de informação:
Identificação Primária (ID Base):
Código alfanumérico único atribuído a cada item, composto pelo prefixo do acervo e ano de emissão (ex.: CMB-MO-1822-001).
Metadados Técnicos:
Campos estruturados que descrevem o item quanto a composição, módulo, peso, legenda, autoria, processo de cunhagem e estado de conservação.
Metadados Contextuais:
Informações históricas, simbólicas, artísticas e administrativas vinculadas ao período de produção, ao dirigente responsável e à função institucional da peça.
Essa estrutura permite indexação cruzada entre volumes, coleções, exposições e plataformas digitais.
O sistema de codificação padronizado utiliza dois formatos principais:
CCMBR-ID:
Identificador universal do Sistema CCMBR, utilizado para registros digitais e metadados interconectados.
Exemplo: CCMBR-MO-1970-005-PROOF-A
MO = Moeda
1970 = Ano de cunhagem
005 = Número sequencial
PROOF = Tipo de acabamento
A = Variante
CMB-ID:
Identificador histórico vinculado aos registros internos da Casa da Moeda.
Exemplo: CMB-MED-1922-015
MED = Medalha
1922 = Ano
015 = Registro sequencial
A dupla codificação garante compatibilidade retroativa com catálogos impressos e integração digital com o CCMBR e o NumisPlay.
A classificação dos itens segue um modelo hierárquico de sete níveis:
| Nível | Categoria | Exemplo |
|---|---|---|
| 1 | Tipo de objeto | Moeda, Medalha, Documento, Embalagem |
| 2 | Época histórica | Colonial, Imperial, Republicana |
| 3 | Série temática | Comemorativa, Circulante, Institucional |
| 4 | Período administrativo | Era Vargas, Regime Militar, CMB Contemporânea |
| 5 | Valor facial ou função | 1 Real, Prova de cunho, Medalha de honra |
| 6 | Material e técnica | Ouro, Prata, Cuproníquel, Alumínio |
| 7 | Variante específica | Letra, data, marca ou cunho distinto |
Essa estrutura permite consultas tanto verticais (por tipo e época) quanto horizontais (por tema ou material), além de possibilitar o cruzamento com dados técnicos e artísticos.
A padronização adota e adapta modelos internacionais de documentação museológica e numismática, entre eles:
ISO 21127 (CIDOC CRM) – Modelo conceitual de referência para documentação de patrimônio cultural;
UNIMARC / MARC21 – Estrutura de catalogação bibliográfica compatível com o sistema da Biblioteca da CMB;
NGD Numismatic Standard – Convenções de descrição numismática e metadados técnicos;
IIIF (International Image Interoperability Framework) – Protocolo de interoperabilidade de imagens em alta resolução utilizado no NumisPlay.
Esses padrões asseguram que os registros da CMB sejam exportáveis, preserváveis e interoperáveis com acervos de outras instituições nacionais e internacionais.
Além dos campos básicos (material, diâmetro, peso, data, autor, tiragem), o sistema CCMBR inclui campos avançados:
CMB_AUTH: responsável técnico, gravador, desenhista ou modelador;
CMB_DIR: dirigente institucional vinculado à peça;
CMB_SIG: assinatura ou marca de cunho;
CMB_LOC: localização física ou virtual (Museu, Arquivo, Depósito);
CMB_DIG: vínculo direto com mídia digital (foto, vídeo, escaneamento 3D, áudio explicativo);
CMB_REF: referências cruzadas com volumes, artigos e publicações.
Esses campos permitem um nível de detalhamento que transforma o catálogo em uma base científica e documental, e não apenas descritiva.
Cada registro possui histórico de alterações, contendo:
Data da última modificação;
Autor ou sistema responsável pela edição;
Versão anterior do registro;
Motivo da alteração (revisão técnica, atualização histórica ou correção de metadado).
O controle de versão é automatizado e supervisionado pela equipe editorial digital da Nexa Romani, garantindo transparência, confiabilidade e auditabilidade do acervo.
A indexação é continuamente aprimorada com o suporte das IAs integradas do CCMBR, coordenadas por Nexa Romani.
As funções incluem:
Reconhecimento visual automático de moedas e medalhas via machine vision;
Leitura de inscrições e legendas via OCR numismático;
Classificação automatizada por similaridade de padrões e eixos de cunho;
Sugestões de metadados baseadas em análise semântica;
Detecção de inconsistências e duplicidades.
Essas rotinas são validadas por curadores humanos, combinando precisão técnica e curadoria histórica.
O sistema de catalogação da Enciclopédia da CMB representa a fusão entre tradição arquivística, inovação tecnológica e rigor científico.
A padronização estabelecida neste capítulo é a base para todos os módulos seguintes, garantindo a perenidade e a confiabilidade do patrimônio numismático brasileiro.
Nilton Romani