Ano Início | Ano Fim | Nome Completo | Cargo | Principais Realizações / Observações | Fonte |
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1694 | 1694 | D. Pedro II de Portugal | Fundador | Autorizou a criação da Casa da Moeda em Salvador; objetivo: cunhar moedas com ouro das minas coloniais | Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa |
1694 | 1694 | José Berlinque | Primeiro Cunhador | Preparou os primeiros cunhos de moedas; substituído rapidamente | Casa da Moeda do Brasil – Relatório Histórico |
1694 | 1697 | Domingos Ferreira Zambuja | Cunhador | Fabricou primeiras moedas de ouro (patacas de 1.000, 2.000 e 4.000 réis) | Casa da Moeda do Brasil |
1694 | 1697 | João da Rocha Pita | Superintendente (Bahia) | Supervisionou instalação inicial; consultoria sobre design e peso das moedas | Casa da Moeda do Brasil; Relatórios Coloniais |
1694 | — | José Ribeiro Rangel | Juiz da Moeda | Definiu espécies, forma, peso e valor das moedas; seguiu Regimento de 1586 | Arquivo Nacional; Casa da Moeda |
1694 | — | Manoel de Souza | Ensaiador | Verificou a qualidade dos metais preciosos, garantindo padrões de cunhagem | Casa da Moeda do Brasil |
1714 | 1719 | Eugênio Freyre de Andrade | Provedor da CMB Bahia | Estabeleceu cunhagem em Salvador; método inovador de manipulação do ouro | Arquivo Nacional – Fundo Casa da Moeda |
1719 | 1735 | Eugênio Freyre de Andrade | Superintendente da Casa de Fundição e Moeda de Minas Gerais | Organizou fundição e cunhagem em Vila Rica; recolhimento dos quintos reais; expandiu instalações | Arquivo Nacional; Casa da Moeda |
… | … | Diversos | Provedores e Superintendentes | Registros fragmentados; atuação em várias casas da moeda (Salvador, Rio de Janeiro, Pernambuco) | Arquivo Histórico Ultramarino; Relatórios Coloniais |
Nota: Os registros do período colonial são fragmentados. Alguns cargos e datas podem ser aproximados, e a lista inclui apenas dirigentes com evidências históricas confiáveis.
Fundação e Primeiros Anos (1694–1714)
A Casa da Moeda do Brasil foi criada em 1694 por decreto de D. Pedro II de Portugal, em Salvador, para resolver a escassez de moeda circulante no Brasil Colônia. Nos primeiros anos, o estabelecimento funcionou com mestres-artífices e ourives locais que cunhavam moedas de ouro extraídas das minas. A atuação dos primeiros cunhadores, superintendentes e juízes da moeda foi crucial para estabelecer padrões de peso, quilate e valor das novas moedas.
Expansão e Consolidação Técnica
Entre 1694 e 1719, a CMB começou a se consolidar como instituição confiável, expandindo suas instalações e desenvolvendo técnicas mais avançadas de fundição e cunhagem. Diretores e provedores supervisionavam cada etapa, garantindo a qualidade e uniformidade das moedas. A prática de ensaiar metais preciosos tornou-se rotina, protegendo a economia colonial e fortalecendo a confiança na moeda.
Transferência para Minas Gerais e Integração Econômica
Com o crescimento da mineração em Minas Gerais, Eugênio Freyre de Andrade transferiu parte das operações para Vila Rica (atual Ouro Preto), organizando fundições e sistemas de recolhimento de quintos reais. Este período marcou a integração da CMB com a economia aurífera e o estabelecimento de procedimentos administrativos mais sofisticados.
Legado do Período Colonial
O período colonial estabeleceu fundamentos administrativos, técnicos e simbólicos que sustentariam a CMB nos séculos seguintes. A consolidação da cunhagem e a organização de cargos como provedores, superintendentes e juízes da moeda criaram precedentes de governança que influenciaram a era imperial e republicana, formando uma tradição institucional única no Brasil.