A história da moeda brasileira é inseparável da trajetória da Casa da Moeda do Brasil. Do período colonial até o final do Império, cada série de moedas reflete contexto político, econômico e artístico da época. Esta cronologia sintetiza os principais marcos da cunhagem brasileira.
| Ano | Moeda | Material | Destaque |
|---|---|---|---|
| 1695 | Pataca | Ouro | Primeira moeda oficial brasileira; cunhagem manual em Salvador |
| 1700 | Cruzado | Ouro | Série de alta circulação; transferida à produção no Rio de Janeiro |
| 1714 | Meia-pataca | Prata | Introdução de moedas fracionárias para circulação popular |
| 1720 | Escudo | Ouro | Moedas com brasão português; padrões de peso ainda irregulares |
| 1760 | Réis | Prata e cobre | Estabilização da cunhagem; início da padronização de dimensões |
| 1790 | Moedas de cobre e níquel | Cobre | Uso em pequenas transações; circulavam amplamente no comércio interno |
Observação: Durante o período colonial, a produção dependia da mão de obra artesanal e das técnicas de martelamento; moedas com irregularidades eram comuns.
| Ano | Moeda | Material | Destaque |
|---|---|---|---|
| 1822 | D. Pedro I | Ouro, Prata | Primeira moeda imperial; brasão do Império; símbolo da soberania |
| 1830 | Réis de cobre | Cobre | Circulação popular; manutenção do comércio interno |
| 1843 | Olho de Boi (selo postal) | Papel | Primeiro selo postal do continente; cunhagem avançada e segurança gráfica |
| 1850 | Moedas comemorativas | Prata | Introdução de séries temáticas; detalhe artístico elevado |
| 1868 | Transferência definitiva da CMB para RJ | Ouro e Prata | Consolidação da produção centralizada no Rio de Janeiro |
| 1870 | Prensas mecânicas | Ouro, Prata, Cobre | Modernização da cunhagem; maior uniformidade e precisão |
| 1889 | Cruzeiro inicial | Ouro | Últimas moedas do Império; bordas detalhadas e alegorias nacionais |
Padronização técnica: ao longo de quase dois séculos, evoluiu-se de moedas artesanais irregulares para peças com padrões precisos de peso, diâmetro e relevo.
Simbologia política: cada mudança de regime ou autoridade era refletida na efígie, brasão ou alegorias da moeda.
Colecionismo e pesquisa: estas moedas formam acervos históricos essenciais para historiadores, numismatas e instituições culturais.
Continuidade institucional: a Casa da Moeda do Brasil se consolidou como garante da soberania monetária desde a primeira pataca até as moedas do final do Império.
Nilton Romani