A Casa da Moeda do Brasil (CMB) é um dos pilares da identidade econômica e histórica do país. Fundada em 8 de março de 1694, na cidade de Salvador, a instituição surgiu da necessidade urgente de organizar o sistema monetário colonial. Antes de sua criação, circulavam moedas estrangeiras — espanholas, portuguesas e holandesas — muitas vezes adulteradas ou desvalorizadas, gerando caos econômico e dificultando a cobrança de tributos.
A instalação da CMB representou um marco de soberania monetária. Pela primeira vez, a colônia passou a produzir moedas localmente, garantindo a fidelidade do metal e a padronização do valor. As primeiras cédulas e moedas — denominadas patacas e réis — não eram apenas instrumentos de troca, mas símbolos do poder régio e da autonomia econômica da colônia. A produção monetária permitiu que o Brasil desenvolvesse gradualmente um sistema financeiro próprio, estabelecendo bases que perduram até hoje.
Ao longo dos séculos, a CMB acompanhou a trajetória política e social do país: do período colonial ao Império, passando pela Proclamação da República. Cada transformação política trouxe alterações na cunhagem, na iconografia das moedas e no desenho de cédulas, refletindo a construção da identidade nacional. A moeda tornou-se assim mais que um meio de pagamento: passou a ser um registro histórico, uma obra de arte em miniatura e um instrumento de memória econômica.
Neste volume, exploraremos as origens e evolução histórica da CMB até o final do Império (1889), destacando:
O contexto colonial e a fundação da Casa da Moeda;
A transferência para o Rio de Janeiro e a consolidação institucional;
O papel dos gravadores e mestres-artífices;
A moeda como instrumento político;
A cronologia das moedas coloniais e imperiais.
Este estudo não apenas resgata a história da CMB, mas também evidencia como a soberania monetária moldou a economia, a cultura e a identidade do Brasil. Para colecionadores, historiadores e entusiastas, cada moeda e cédula é uma peça viva dessa narrativa, carregada de valor histórico e simbólico.
Autor do blog:
Nilton Romani