A Casa da Moeda do Brasil (CMB) é uma instituição centenária, fundada em 1694, com a missão de produzir moedas, cédulas e outros itens de segurança para o país. Desde os primeiros anos, a CMB não apenas garantiu a circulação de moeda, mas também preservou a memória histórica e cultural do Brasil por meio da criação de peças artísticas, como medalhas e medalhões comemorativos.
Ao longo dos séculos, a CMB consolidou-se como referência em excelência técnica e artística, formando gravadores, escultores e designers especializados, capazes de transformar conceitos históricos e culturais em peças de metal duradouras.
Em 1977, a CMB instituiu oficialmente o Clube da Medalha. Este movimento ocorreu em um período de valorização cultural e patrimonial no Brasil, quando a preservação da história nacional começou a ganhar maior destaque. A ideia era criar um canal dedicado ao colecionismo e à difusão da numismática, promovendo medalhas comemorativas com temas históricos, culturais, esportivos e religiosos.
O Clube da Medalha surgiu como uma extensão do Departamento Comercial da CMB, demonstrando que a cultura poderia andar de mãos dadas com a iniciativa comercial. Ao organizar a produção e a distribuição de medalhas de forma estruturada, a CMB não apenas fortaleceu o colecionismo, mas também democratizou o acesso a peças de alto valor artístico e histórico.
Os principais objetivos do Clube da Medalha incluíam:
Unir colecionadores e entusiastas da numismática em torno de um programa estruturado.
Planejar o Calendário Medalhístico Anual, garantindo a produção contínua de medalhas com relevância histórica e cultural.
Transformar cada medalha em obra de arte, assegurando que cada peça tivesse valor estético e patrimonial.
Fomentar a educação patrimonial, permitindo que a sociedade conhecesse e se conectasse com a história do Brasil de maneira tangível.
Embora os registros públicos não identifiquem nomes específicos de idealizadores individuais, sabe-se que a criação do Clube foi uma decisão institucional da CMB, provavelmente liderada pelo corpo administrativo do Departamento Comercial, com o apoio de artistas e técnicos especializados.
A estrutura inicial previa:
Uma comissão medalhística, responsável pela definição de temas e supervisão da produção.
A integração com a área comercial, garantindo que as medalhas pudessem alcançar colecionadores e instituições interessadas.
Diretrizes técnicas para cunhagem, acabamento e certificação de autenticidade, garantindo a exclusividade das peças.
As primeiras medalhas do Clube da Medalha celebraram eventos históricos, efemérides nacionais e personalidades de destaque, refletindo a riqueza cultural do Brasil. Estas peças foram produzidas em metais nobres — bronze, prata e ouro — e entregues com certificado de autenticidade, consolidando o Clube como referência de colecionismo sério e de prestígio no país.
O impacto inicial foi significativo:
Fortalecimento da cultura numismática.
Criação de um mercado estruturado para medalhas.
Valorização do trabalho artístico dos gravadores da CMB.
Para enriquecer este capítulo, ainda podemos investigar:
Arquivos históricos da CMB sobre o lançamento do Clube da Medalha em 1977.
Nomes e histórias de gravadores ou diretores envolvidos no início.
Primeiras séries de medalhas e tiragens, incluindo imagens ou catálogos antigos.
Depoimentos de colecionadores que participaram das primeiras edições.
Nilton Romani