Zeferino Ferrez foi um dos primeiros medalhistas a estabelecer a medalhística como arte no Brasil. Formado na Academia Imperial de Belas Artes, Ferrez combinava rigor técnico com sensibilidade artística, criando medalhas que celebravam acontecimentos políticos e religiosos. Entre suas obras mais conhecidas estão peças comemorativas da aclamação de Dom Pedro I, que uniam precisão estética a simbolismo patriótico. Seu trabalho influenciou toda uma geração de gravadores brasileiros e consolidou o ofício como profissão respeitada.
Gravador da Casa da Moeda e escultor de formação clássica, Carlos Custódio de Azevedo destacou-se pelo equilíbrio entre técnica e estética. Suas medalhas oficiais, como a Pedra Fundamental do Instituto dos Órfãos (1842A02P), refletiam o neoclassicismo europeu e a disciplina formal da Academia Imperial de Belas Artes. A precisão em relevo e a clareza compositiva de suas obras marcaram a transição do estilo neoclássico de Ferrez para o naturalismo emergente no final do Império.
De origem francesa, Jules Le Chevrel trouxe para o Brasil o refinamento do realismo europeu. Radicado no Rio de Janeiro, produziu medalhas comemorativas e religiosas que impressionavam pelo detalhamento e pela fidelidade estética. Suas peças refletem a interação cultural entre Brasil e França no século XIX, consolidando um padrão de qualidade técnica que inspirou medalhistas brasileiros posteriores.
Francisco José Pinto Carneiro foi responsável por medalhas de temática patriótica, antecipando o espírito republicano que surgiria no final do século XIX. Obras como “Para a Glória da República (1889RA01P)” destacam-se pelo dinamismo das composições e pela expressividade dos personagens. Seu estilo vigoroso e a atenção aos detalhes contribuíram para tornar a medalha um veículo de narrativa histórica e sentimento cívico.
Autor do blog:
Nilton Romani