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O Pai de Centenas de Bancos — e Avô de Milhares de Sonhos







“O Pai de Centenas de Bancos — e Avô de Milhares de Sonhos”**

 

“Eu não ensinei ninguém a fazer banco.
Eu só mostrei que o povo já sabia.
Eles vieram aqui, viram, sentiram, choraram, riram — e voltaram pra casa com coragem.
Aí nasceu o banco deles.
Não fui pai. Fui parteira.”

— João Joaquim, em encontro da Rede Brasileira de Bancos Comunitários, 2010

 

 

🌱 A PRIMEIRA VISITA — QUANDO ALGUÉM CHEGOU E DISSE: “QUERO FAZER IGUAL”

Foi em 2001. Um grupo de jovens de Acarape, no interior do Ceará, apareceu no Conjunto Palmeiras com uma pergunta simples:

 

“Como vocês fizeram isso? A gente quer fazer igual.”

 

João não deu palestra. Não entregou manual. Convidou pra sentar na calçada.

 

“Contem sua história. O que vocês têm? O que falta? Quem confia em quem? Quem produz o quê?”

 

Eles falaram. João ouviu. Depois, disse:

 

“Vocês já têm tudo. Só falta começar.”

 

Em seis meses, nascia o Banco Comunitário de Acarape — inspirado no Palmas, mas com a cara, o cheiro e os sonhos de Acarape.

 

“Não copiaram. Recriaram.”

 

Foi o primeiro — mas não o último.

 

 

🌍 A REDE QUE SE FORMOU — SEM PLANEJAMENTO, SÓ COM NECESSIDADE

Veio gente de todo canto:

 

— Do sertão da Bahia, querendo moeda pra valorizar o artesanato de renda.
— Da periferia do Rio, querendo crédito pra jovens empreendedores culturais.
— Da Amazônia, querendo sistema financeiro que valorizasse o extrativismo sem explorar.
— Do sul do país, querendo moeda que fortalecesse a agricultura familiar.

 

João os recebia — sempre com café, sempre com escuta, nunca com fórmula pronta.

 

“Cada comunidade é um corpo. Não adianta enxertar braço alheio. Tem que nascer de dentro.”

 

Mas havia algo que ele sempre ensinava:

 

A moeda só vale se circular entre quem produz e consome localmente.
O empréstimo só funciona se for garantido pela confiança, não pelo bem.
O banco só vive se for do povo, pelo povo, para o povo — não pra ONG, nem pra prefeitura, nem pra projeto.

 

Esses princípios viraram sementes — e as sementes viraram floresta.

 

 

📊 OS NÚMEROS (QUE ELE NUNCA QUIS CONTAR)

Hoje, estima-se que mais de 120 bancos comunitários no Brasil foram inspirados — direta ou indiretamente — pelo modelo Palmas.

 

— No Vale do Jequitinhonha, nasceu o Mumbuca — que virou símbolo nacional.
— Em Olinda, surgiu a Moeda Eco-Luzia — ligada à cultura e ao turismo.
— No Rio, o Banco Bem e o Banco da Cidade de Deus — com moedas que circulam entre grafiteiros, músicos e empreendedores da favela.
— Em Minas, a Justa Troca e a Rede Opala — que levaram a moeda social pro mundo digital.
— Na Bahia, o Ita Social, o Tupinambá, o Semear — cada um com sua raiz, seu ritmo, sua força.

 

João nunca quis levar crédito.

 

“Eu não criei nada. Só acreditei primeiro.
O crédito é de quem teve coragem de começar — mesmo com medo.”

 

 

👨‍👧‍👦 O TÍTULO QUE ELE NUNCA PEDIU — “PAI DOS BANCOS COMUNITÁRIOS”

Em eventos, fóruns, seminários, todos o chamavam assim:

 

“João Joaquim, o pai dos bancos comunitários do Brasil.”

 

Ele sorria — com gratidão, mas com um leve incômodo.

 

“Pai não. Avô, quem sabe.
Pai é quem cria. Eu só ajudei a parir.
Mãe é a comunidade. Parteira sou eu.
Obstetra, às vezes. Enfermeiro, sempre.”

 

Ele sabia: chamar alguém de “pai” é perigoso. Cria dependência. Cria ídolo. Cria hierarquia.

 

“Nós não precisamos de heróis. Precisamos de teimosos.
De gente que, mesmo com medo, dá o primeiro passo.
De gente que, mesmo sem diploma, sabe que tem direito à economia.
Isso sim é paternidade — e isso, todo mundo pode ser.”

 

 

💬 AS CARTAS — O QUE OS “FILHOS” ESCREVEM PRA ELE

João guardava — com carinho quase sagrado — as cartas, e-mails, bilhetes que recebia de quem começou um banco depois de visitar o Palmas.

 

“João, abrimos nosso banco ontem. Choramos todos. Obrigado por nos mostrar que era possível.”
“Nosso primeiro empréstimo foi de R$ 50 — pra uma menina comprar tinta e pincel. Ela pintou um mural com seu rosto. Desculpa.”
“A moeda daqui se chama ‘Semente’. Você é a primeira semente que plantamos.”

 

Ele nunca respondia com conselho. Sempre com bênção.

 

“Sigam em frente. Errem. Recomecem. Nunca peçam licença. Nunca percam o chão. Nunca esqueçam: o banco é de vocês — não meu.”

 

 

🎓 O LEGADO NAS UNIVERSIDADES — ONDE ELE VIRA TEORIA (E ELE RI)

Hoje, o “modelo Palmas” é estudado em:

 

— Cursos de Economia Solidária (USP, UFRJ, UFBA)
— Disciplinas de Finanças Inclusivas (FGV, Insper)
— Teses de mestrado e doutorado em todo o mundo
— Manuais do Banco Mundial e da ONU

 

João, quando ouve isso, ri — com um riso de quem vê poesia virar equação.

 

“Eles querem colocar fórmula no que nasceu do abraço.
Querem gráfico no que nasceu do choro.
Querem indicador no que nasceu da fé.
Tá bom. Deixa. Mas não esquece: por trás de toda teoria, tem uma Dona Marta. Um Seu Zé. Uma assembleia na calçada.”

 

 

✍️ ESPAÇO PARA JOÃO JOAQUIM

(Inserir aqui 1 página em branco com linhas pautadas e o título:)

 

“João, este capítulo é sobre como sua experiência virou semente pra centenas de bancos — e como você virou ‘pai’ sem querer.
Está certo? Está errado? Falta algum nome? Alguma carta que marcou? Algum lugar que te emocionou visitar?
Corrija. Acrescente. Risque. Cole uma foto de algum “filho” seu segurando a moeda deles.
Este livro é seu — e só estará completo quando passar pelas suas mãos.”

 

 

📸 SUGESTÃO DE IMAGEM PARA ABRIR O CAPÍTULO:

Foto de João Joaquim cercado por fundadores de outros bancos comunitários — num encontro da FASBANCO ou da Rede Palmas. Ou foto de uma parede com mapas do Brasil, marcando onde cada banco inspirado no Palmas nasceu. Ou foto dele segurando uma cédula de outro banco — com cara de orgulho discreto.



Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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