A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, marcou um ponto de inflexão para a economia colonial, trazendo consigo a necessidade de uma reorganização monetária que acompanhasse o crescimento e a complexidade das transações comerciais. Nesse cenário, a criação da moeda de 960 Réis — conhecida popularmente como "Patacão" — destacou-se como uma das principais medidas para estruturar um sistema monetário mais sólido e funcional.
O 960 Réis foi resultado da sobrecunhagem das moedas espanholas de 8 Reales, adaptadas para atender às especificidades da economia brasileira da época. Essa moeda tornou-se rapidamente a unidade de referência no sistema monetário nacional, facilitando o comércio interno e a arrecadação fiscal, ao mesmo tempo em que consolidava a autoridade da Coroa Portuguesa sobre as finanças do Brasil.
Além de sua função prática, o 960 Réis simbolizava a tentativa de autonomia econômica e de fortalecimento da identidade monetária brasileira, ainda que sob domínio colonial. A padronização trazida por essa moeda permitiu maior controle sobre o numerário em circulação, contribuindo para a estabilização das transações comerciais e financeiras no território.
Com a adoção do 960 Réis como base do sistema, o Brasil iniciou um processo de modernização monetária que influenciaria diretamente sua trajetória econômica durante o período imperial, estabelecendo fundamentos que perdurariam mesmo após a independência.
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