Ao longo dos séculos em que o Réis circulou no Brasil, surgiram diversas histórias curiosas e lendas urbanas envolvendo cédulas e moedas. Algumas baseadas em fatos reais, outras fruto da imaginação popular, essas narrativas atravessaram gerações e ainda hoje despertam o interesse de colecionadores e historiadores.
Conta-se que no interior de Minas Gerais, por volta de 1880, circularam boatos sobre cédulas de 2.000 Réis que mudavam de cor durante a noite, adquirindo um tom esverdeado sob a luz de lamparinas. Na realidade, o fenômeno era causado pela oxidação de certos pigmentos utilizados na impressão, mas a superstição popular atribuiu o efeito a atividades sobrenaturais.
Uma velha história carioca afirma que, durante a Proclamação da República, altos oficiais imperiais esconderam grandes quantidades de cédulas de Réis em cofres no subsolo do Paço Imperial. As cédulas jamais foram encontradas, e a lenda de um tesouro oculto sob o Rio de Janeiro se mantém viva entre estudiosos e aventureiros urbanos.
Durante décadas, muitos acreditaram na existência de uma cédula de 500 Réis da 4ª estampa com a efígie de Dom Pedro II impressa de cabeça para baixo. Embora relatos de testemunhas oculares tenham sido registrados em jornais antigos, nenhuma dessas cédulas foi oficialmente confirmada ou catalogada, transformando o caso em uma das lendas numismáticas mais persistentes do país.
Outra lenda popular dos anos 1920 sugeria que algumas cédulas de Réis continham mensagens ocultas que só poderiam ser vistas à luz da lua cheia ou sob determinadas condições de iluminação. Essas histórias geralmente citavam frases de protesto político ou previsões apocalípticas, mas nenhum exemplar com tais inscrições jamais foi encontrado.
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