Durante o Período Imperial (1822–1889), o Brasil vivenciou um cenário monetário marcado pela transição gradual do dinheiro metálico para as primeiras emissões de papel-moeda. Nesse contexto, as cédulas de réis começaram a circular oficialmente a partir de 1833, mas a ausência de sistemas rigorosos de segurança e controle facilitou o surgimento de falsificações. A fragilidade das técnicas de impressão da época e a limitada fiscalização permitiram que falsificadores explorassem a escassez de moedas e cédulas oficiais para introduzir no mercado peças falsificadas.
Impressão tipográfica artesanal:
Muitas falsificações foram produzidas usando métodos artesanais, com impressoras tipográficas rudimentares que imitavam, ainda que de forma imperfeita, os desenhos oficiais das cédulas. A qualidade do papel e das tintas utilizadas era geralmente inferior, o que pode ser detectado por colecionadores experientes.
Reprodução manual:
Algumas falsificações eram feitas à mão, com desenhos desenhados ou pintados para simular cédulas reais. Essas cópias, embora grosseiras, circulavam especialmente em regiões rurais onde o acesso às cédulas oficiais era limitado.
Falsificações por sobreposição:
Um método usado era o reaproveitamento de cédulas verdadeiras com sobreposição de tintas para modificar valores ou elementos gráficos, tentando confundir os usuários.
Cédulas falsas do Império do Brasil (década de 1840):
Documentos da época registram apreensões de cédulas falsas em circulação, principalmente em grandes centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo. Essas falsificações geralmente apresentavam erros na tipografia, como letras e números desalinhados, além de papel com textura diferente.
Falsificação da nota de 100 mil réis:
Uma das notas mais falsificadas foi a de 100 mil réis, devido ao seu alto valor. Alguns falsificadores imprimiam cédulas com papel inferior, que ao tato e à luz se diferenciava das originais.
A circulação dessas falsificações causou desconfiança no público e prejudicou a credibilidade do sistema monetário imperial. O governo reagiu implementando medidas como:
Adoção gradual de elementos de segurança, incluindo marcas d’água e papel especial.
Campanhas de conscientização para o público sobre como identificar cédulas falsas.
Punições mais severas para falsificadores, incluindo processos criminais.
Para colecionadores e pesquisadores, a identificação das falsificações do Período Imperial passa pela análise detalhada de:
Tipo e qualidade do papel: papéis oficiais apresentam textura e composição específicas.
Detalhes da impressão: desalinhamento, borrões, falhas na tipografia e ausência de marcas d’água indicam falsificação.
Estado de conservação: falsificações costumam apresentar desgaste atípico ou envelhecimento artificial.