As cédulas de Réis classificadas como sobras de impressão, variantes regionais ou emissões paralelas possuem uma história rica e muitas vezes misteriosa. Exemplos conhecidos são fundamentais para a compreensão do fenômeno numismático paralelo e ajudam a validar teorias sobre circulação, produção e uso dessas peças.
Estampa 12ª – Variante com falha na numeração
Em meados da década de 1920, colecionadores encontraram exemplares da 12ª estampa com numeração parcialmente apagada ou incompleta, sugerindo que foram provas ou sobras de impressão descartadas. Essas cédulas, apesar de não oficiais, circularam informalmente em pequenas comunidades do interior paulista.
Estampa 15ª – Marca de teste no verso
Um lote pequeno de cédulas da 15ª estampa foi identificado com marcas de tinta azul no verso, possivelmente utilizadas para testes de secagem durante a impressão. Essas peças são raríssimas e bastante valorizadas por especialistas.
Estampa 17ª – Versão do Norte
Em regiões do Norte brasileiro, foram documentadas cédulas da 17ª estampa com símbolos adicionais gravados em relevo, indicando uma provável adaptação local para facilitar reconhecimento em ambientes de baixa luminosidade, característica comum da região amazônica.
Estampa 18ª – Emissão semi-oficial do Nordeste
Registros históricos apontam para emissões limitadas e semi-oficiais da 18ª estampa no Nordeste durante a crise econômica da década de 1930, utilizadas para circulação restrita em zonas rurais, onde o acesso à moeda oficial era dificultado.
A circulação informal durante períodos de escassez
Relatos de bancos regionais e correspondências da época indicam que muitas dessas cédulas não oficiais foram utilizadas como moeda em áreas remotas, sobretudo durante períodos de instabilidade econômica, onde a escassez de moeda oficial levou à aceitação informal dessas peças.
Documentos oficiais e registros de impressoras
Arquivos de empresas responsáveis pela impressão das cédulas guardam registros de lotes extras produzidos para testes ou por erro, alguns dos quais acabaram se perdendo no mercado paralelo, reforçando a existência das sobras.
Colecionadores e registros modernos
A partir da década de 1970, colecionadores brasileiros começaram a documentar e catalogar essas peças, criando uma base de dados que auxilia na autenticação e estudo histórico dessas cédulas paralelas.
O estudo dos exemplos e relatos históricos permite a valorização do patrimônio numismático paralelo e auxilia na correta identificação dessas peças, evitando confusões com falsificações modernas. Essa compreensão é essencial para preservar a autenticidade e a riqueza da história monetária brasileira.
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