As cédulas de Réis passaram por diversas atualizações gráficas e técnicas ao longo das diferentes estampas oficiais, com o objetivo de aprimorar sua legibilidade, durabilidade e segurança contra falsificações. Cada estampa traz características tipográficas e elementos de segurança específicos, que auxiliam tanto na identificação correta da série quanto na detecção de peças falsas.
A seguir, destacamos os principais aspectos que diferenciam as estampas de 1ª a 9ª, enfatizando mudanças no design, tipos de fonte, marcas d’água, elementos gráficos e técnicas de impressão.
1ª Estampa: Utilização predominante de fontes serifadas clássicas, com desenhos ornamentados e elaborados. O estilo das letras remete ao gosto vitoriano da época, com traços finos e detalhados, predominando a fonte Times ou similares.
2ª a 4ª Estampas: A tipografia começa a apresentar maior variação, com fontes serifadas menos ornamentadas, visando melhor legibilidade e produção mais rápida. A numeração e legendas apresentam maior destaque.
5ª Estampa: Introdução de fontes semi-serifadas, com traços mais espessos, para reforçar a resistência à degradação natural da tinta e do papel.
6ª a 9ª Estampas: Adaptação para fontes mais simples e modernas, facilitando a impressão em maior escala e a leitura por parte do público. Nesta fase, há também o uso de itálicos e letras maiúsculas/minúsculas para diferenciação de valores e legendas.
Marca d’água: Presente a partir da 2ª estampa, com padrões que variam entre figuras geométricas e brasões imperiais, tornando mais difícil a reprodução artesanal.
Fibras coloridas: Introduzidas nas últimas estampas oficiais (7ª a 9ª), essas fibras foram incorporadas ao papel para dificultar falsificações.
Microletras e microimpressões: Detalhes minúsculos que só podem ser visualizados com lupa, presentes principalmente a partir da 6ª estampa.
Tintas especiais: Algumas estampas utilizaram tintas que mudavam de cor ou tinham brilho diferenciado conforme a incidência da luz, principalmente na 8ª e 9ª.
Ornamentos e filigranas: Linhas finas e entrelaçadas compõem o fundo das cédulas para evitar alterações e copiar o padrão de impressão.
A qualidade do papel variou significativamente entre as estampas, indo do algodão puro nas primeiras até papéis mistos em emissões posteriores.
A impressão foi feita predominantemente em tipografia e gravura, técnicas que conferem alto relevo e detalhes finos.
Em algumas estampas, houve experimentos com impressão offset, ainda que raros para o período.
Compreender as diferenças tipográficas e os elementos de segurança é fundamental para a avaliação da autenticidade e do valor histórico das cédulas de Réis. Essa evolução técnica reflete não apenas as mudanças estéticas e tecnológicas do período, mas também o esforço contínuo para preservar a confiança na moeda emitida pelo governo brasileiro.
Autor do blog: