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Casa da Moeda da Bahia - Prata e Ouro - 2º Tipo (1751–1777)







Introdução

A série "Casa da Moeda da Bahia - Prata e Ouro - 2º Tipo" engloba moedas cunhadas entre 1751 e 1777 pela Casa da Moeda da Bahia, durante o reinado de D. José I (1750–1777). Produzidas em prata e ouro, essas moedas representam uma evolução no design em relação ao "1º Tipo" da mesma casa, com mudanças sutis nos detalhes do busto real e do brasão português. Cunhadas em Salvador, então capital do Brasil colonial até 1763, essas moedas refletem a riqueza mineral da colônia e seu papel central no comércio do Império Português. A série é um marco na numismática colonial, destacando a sofisticação da cunhagem local.

Período de Produção e Circulação

As moedas foram cunhadas entre 1751 e 1777, durante o reinado de D. José I, no auge do ciclo do ouro e da prata no Brasil. Elas circularam amplamente na Bahia e em outras regiões do Brasil colonial, além de Portugal e outras colônias portuguesas. As moedas de ouro, como as  dobras , eram usadas em transações de alto valor, enquanto as de prata, como os  patacões , atendiam ao comércio cotidiano. A circulação se estendeu além de 1777 devido ao valor intrínseco dos metais, com algumas moedas permanecendo em uso por décadas.

Casa da Moeda Responsável

A Casa da Moeda da Bahia, fundada em Salvador em 1694, foi responsável pela produção desta série. Como primeira casa da moeda do Brasil, ela desempenhou um papel crucial na cunhagem de moedas para atender às demandas econômicas da colônia. Utilizando ouro e prata extraídos principalmente de Minas Gerais, a Casa da Moeda da Bahia operava sob supervisão portuguesa, garantindo que suas moedas seguissem os padrões da Casa da Moeda de Lisboa. A série "2º Tipo" indica um design revisado, possivelmente com maior refinamento nos detalhes artísticos.

Técnicas Utilizadas

As moedas foram produzidas com técnicas avançadas para o período colonial:

  • Cunhagem a martelo:  No início do período, a cunhagem a martelo era comum, com discos de ouro e prata batidos manualmente para gravar os desenhos.
  • Prensas mecânicas:  A partir de meados do século XVIII, a Casa da Moeda da Bahia passou a usar prensas mecânicas, melhorando a precisão e a uniformidade das moedas.
  • Gravação de cunhos:  Os cunhos foram gravados por artes elaboradas, muitas vezes baseadas em modelos de Lisboa, com detalhes aprimorados no busto de D. José I e no brasão português.
  • Controle de qualidade:  As moedas de ouro tinham 91,67% de pureza (22 quilates), enquanto as de prata apresentavam 90–91,7% de pureza, garantindo liberdade no comércio internacional.

Curiosidades

  • Transição de capital:  Durante o período de produção, o Rio de Janeiro substituiu Salvador como capital do Brasil em 1763, mas a Casa da Moeda da Bahia continuou sendo um centro vital de cunhagem.
  • Mineral de Riqueza:  O ouro e a prata das minas de Minas Gerais foram transportados para Salvador, destacando a integração econômica da colônia.
  • Raridade:  Algumas moedas de ouro desta série são raras devido à menor tiragem em comparação com as de prata, que eram mais abundantes.

Lendas

As moedas apresentadas são inscrições em latim, seguindo a tradição numismática portuguesa. No anverso, a legenda "JOSEPHUS I DEI GRATIA" (José I, Pela Graça de Deus) acompanhava o busto do rei, com possíveis variações no estilo do retrato em relação ao "1º Tipo". No reverso, a inscrição "REX PORTUGALIAE ET ALGARBIORUM" (Rei de Portugal e dos Algarves) era comum, junto ao brasão de armas portuguesas. Algumas moedas de prata incluíam valores nominais, como "640" ou "320" (réis), gravados diretamente.

Fases Políticas

A cunhagem desta série ocorreu durante um período de prosperidades e reformas no Império Português:

  • Reformas do Marquês de Pombal:  As políticas do Marquês de Pombal fortaleceram o controle português sobre o Brasil, regulamentando a cunhagem local para suprir as demandas econômicas.
  • Ciclo do ouro e da prata:  Uma abundância de metais preciosos em Minas Gerais financiou a produção de moedas e projetos em Portugal, como a cobertura após o terremoto de Lisboa.
  • Terremoto de Lisboa (1755):  O desastre aumentou a dependência de Portugal do Brasil, com a Bahia desempenhando um papel central na cunhagem de moedas para a recuperação econômica.

Tipos de Bordo

As moedas de ouro geralmente são apresentadas em bordos cordonados, com um padrão em forma de corda para prevenir falsificações e recortes. As moedas de prata podiam ter bordos serrilhados ou cordonados, enquanto algumas de menor valor apresentavam bordos lisos, dependendo da denominação e do ano de cunhagem.

Reverso: Medalha ou Moeda

Estas moedas são convenções como moedas, destinadas à circulação como meio de pagamento. O reverso exibia o brasão de armas português, com a coroa real e os sete castelos, simbolizando a unidade do reino. Algumas moedas de prata apresentaram valores nominais gravados diretamente no reverso, uma característica distintiva do "2º Tipo".

Variações

As variações desta série incluem:

  • Denominações:  As moedas de ouro incluíam a  dobra  (12.800 réis) e  a meia-dobra  (6.400 réis), enquanto as de prata variavam de 75 a 640 réis (por exemplo,  patacões ).
  • Detalhes do busto:  O "2º Tipo" apresenta diferenças no busto de D. José I, como alterações na coroa, no penteado ou nos ornamentos, em relação ao "1º Tipo".
  • Anos de cunhagem:  Pequenas diferenças no design ou na qualidade da cunhagem apareciam entre os anos de 1751 e 1777.

Gravadores

Os gravadores específicos desta série não são amplamente documentados. A Casa da Moeda da Bahia empregava artes locais e, ocasionalmente, recebia cunhos de Lisboa, produzidos por mestres gravadores anônimos seguindo padrões reais.

Sigla e Abridor de Cunho

As moedas frequentemente apresentadas são a sigla "B" (da Bahia) para indicar a Casa da Moeda responsável. O abridor de cunho, responsável pela criação dos moldes, não é identificado nos registros, sendo provavelmente um artesão da Casa da Moeda da Bahia.

Homenageados

As moedas homenageavam D. José I, com o seu busto e a inscrição "JOSEPHUS I" no anverso, simbolizando a autoridade monárquica e as prosperidades do império.

Produção

A produção foi significativa, especialmente para as moedas de prata, que atendem ao comércio cotidiano. As moedas de ouro, de maior valor, tinham tiragens menores. Dados exatos de tiragem não são amplamente documentados, mas a Casa da Moeda da Bahia operava em alta capacidade devido à riqueza mineral da região. Colecionadores podem consultar o catálogo da CCMBR para detalhes de tiragem e raridade.

Metal Utilizado

As moedas de ouro eram de 22 quilates (91,67% de pureza), com pesos variando de 14,3 g ( meia-dobra ) a 28,7 g ( dobra ). As moedas de prata tinham 90–91,7% de pureza, com pesos entre 1,8 g (75 réis) e 14,3 g (640 réis). A qualidade dos metais reflete os padrões portugueses e a riqueza mineral do Brasil.

Referências

Gomes, AJ (2003).  Moedas Portuguesas e do Território que Hoje é Portugal . Lisboa: Associação Numismática de Portugal.

Krause, CL, & Mishler, C. (2008).  Catálogo Padrão de Moedas do Mundo . Iola: Krause Publications.

Prober, K. (1984).  História Numismática do Brasil Colonial . São Paulo: Edição do Autor.

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Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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