Durante as décadas em que o Cruzeiro esteve em circulação, o Brasil enfrentou sucessivos períodos de inflação crescente. A partir dos anos 1950, a perda de poder aquisitivo da moeda tornou-se uma constante, exigindo frequentes reajustes salariais e a emissão de cédulas e moedas com valores faciais cada vez mais altos.
As principais causas desse fenômeno incluíram:
Elevados gastos públicos
Endividamento externo
Dependência da importação de insumos industriais e produtos de consumo
Crises políticas que afetaram a estabilidade fiscal
Ao longo dos anos 1970 e 1980, o Cruzeiro sofreu reformas monetárias parciais, como alterações na família de moedas e cédulas, e instituiu moedas de alto valor para tentar acompanhar a desvalorização.
O Cruzeiro, durante boa parte de sua vigência, enfrentou dificuldades no câmbio internacional. A moeda brasileira não era conversível no exterior, e o Brasil manteve um sistema de controle cambial restritivo, o que dificultava transações comerciais e viagens ao exterior.
As taxas de câmbio múltiplas e as constantes desvalorizações afetaram diretamente:
A balança comercial
O custo das importações
A competitividade dos produtos brasileiros no exterior
Para contornar essas limitações, o governo implantava sucessivos planos de estabilização econômica e tentava incentivar exportações com benefícios fiscais e câmbios incentivados.
As crises econômicas sucessivas obrigaram o governo brasileiro a promover reformas monetárias periódicas para controlar a inflação. O Cruzeiro passou por:
Mudança de padrões de peso e metais nas moedas
Emissão de cédulas de maiores valores
Substituição completa de séries de cédulas e moedas para dificultar falsificações e readequar os meios de pagamento
Cada alteração monetária impactava diretamente a população:
A desvalorização constante corroía salários e poupanças
O preço de bens de consumo disparava semanalmente
A substituição de cédulas obrigava trocas constantes e gerava desconfiança no sistema financeiro
Esses fatores moldaram a relação do brasileiro com o dinheiro e a economia, construindo um legado de desconfiança monetária que se estendeu até o Plano Real.
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