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Entrevista com a Professora Gisele Ayres: História, Numismática e Pesquisa Acadêmica







Entrevistador: Oswaldo Rodrigues
Entrevistada: Professora Gisele Ayres
Realização: Sociedade Numismática Brasileira (SNB)


Introdução

Nesta entrevista, Oswaldo Rodrigues, diretor social e de divulgações da Sociedade Numismática Brasileira, conversa com a Professora Gisele Ayres, historiadora e integrante da comissão editorial da Revista Brasileira de Numismática. A conversa aborda a trajetória de Gisele na pesquisa acadêmica, sua relação com a numismática e o papel das moedas como fonte histórica.


Formação e Início na Numismática

Gisele Ayres compartilhou seu percurso acadêmico, com graduação, mestrado e doutorado em História, sempre interessada em História Antiga, mais especificamente na República Romana. Sua aproximação com a numismática se deu durante o doutorado, ao buscar documentação para analisar o exercício do poder político no período republicano.

Foi nesse contexto que conheceu o acervo de moedas do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, durante uma exposição sobre a história das moedas. Encantada pelas peças romanas, passou a utilizar as moedas republicanas como fonte primária para sua pesquisa.


A Iconografia como Fonte Histórica

O foco de Gisele esteve na iconografia das moedas, especialmente nos símbolos e imagens que representavam famílias, deuses e feitos históricos. Segundo ela, essas imagens comunicavam mensagens políticas, religiosas e sociais de forma acessível à população romana.

Entre as curiosidades, destacou a representação de animais como leões, touros e elefantes, estes últimos associados à conquista de Cartago. Muitas dessas moedas continham inscrições e iconografias que refletiam as tensões políticas do período e as estratégias de legitimação de poder.


Os Desafios da Pesquisa Numismática

A professora ressaltou os desafios enfrentados na catalogação e interpretação das moedas, principalmente devido à escassez de literatura específica no Brasil e à dificuldade em identificar certos símbolos. Utilizou metodologias da História Antiga, semiótica e iconografia, além de projetos recentes que aplicam tecnologia para leitura minuciosa das superfícies monetárias.

Ela citou o projeto experimental realizado no Museu Histórico Nacional com moedas celtas e trabalhos em andamento no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, que vêm modernizando a leitura de acervos numismáticos.


Publicação e Produção Acadêmica

Gisele explicou que, nos últimos anos, a História Antiga brasileira tem ganhado mais espaço acadêmico, com trabalhos consistentes sendo publicados. Ressaltou a importância de valorizar não apenas os documentos escritos, mas também os objetos históricos — moedas, gravuras, construções — como fontes primárias relevantes para a historiografia.


Conselhos para Pesquisadores e Colecionadores

Para aqueles que desejam se aprofundar na pesquisa acadêmica ou iniciar estudos numismáticos, a professora aconselhou:

  • Seguir o interesse pessoal, escolhendo temas pelos quais se tenha paixão.

  • Buscar fundamentos teóricos e metodológicos consistentes.

  • Valorizar tanto o conhecimento acadêmico quanto a experiência prática de colecionadores e instituições numismáticas.

  • Trabalhar de forma colaborativa entre estudiosos e colecionadores, pois ambos se complementam.


Considerações Finais

A entrevista finalizou destacando a importância dos encontros e das trocas de conhecimento proporcionadas pelos canais da Sociedade Numismática Brasileira. Gisele manifestou interesse em seguir colaborando e deixou seu contato para futuras interações acadêmicas.


Contato: gisele.ayres@uol.com.br



Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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