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Muito Além das Moedas: A Jornada Numismática de Marco Kog







 

Em mais um episódio da série de entrevistas promovidas pela Sociedade Numismática Brasileira (SNB), Osvaldo Rodrigues conversa com Marco Kog — um apaixonado por história e pelas medalhas que a eternizam. De forma leve e envolvente, a entrevista revela como a numismática pode ser um portal para o conhecimento, para a amizade e para uma vida com mais significado.

Da Filatelia à Numismática

Marco começa nos contando que, quando jovem, seu fascínio era pelos selos. Porém, a decepção com a deterioração natural do papel o afastou da filatelia. Anos mais tarde, uma visita à tradicional feira do MASP reacendeu sua chama colecionadora — agora voltada às moedas.

Mas algo ainda estava por vir: “A moeda me encantava, mas eu sentia falta de algo mais...”. Foi então que, por influência do presidente da SNB, Gilberto Tenor, Marco foi apresentado ao universo das medalhas numismáticas.

Medalha Não é Só Metal: É História Pura

O ponto de virada foi quando Marco percebeu que cada medalha guarda consigo um pedaço da história. “Medalha não é só arte. É escultura em miniatura com uma história condensada.” Seu encantamento o levou a estudar profundamente os grandes gravadores, como Girardet e Leopoldo Campos, e a buscar as narrativas por trás das peças.

Ele destaca a medalha de Ítalo Balbo como sua favorita. A peça italiana, produzida em homenagem à travessia aérea entre Itália e Brasil em 1931, traz elementos simbólicos e até um erro curioso: o gravador confundiu um escorpião com uma lagosta. O estudo dessa única medalha já rendeu uma palestra inteira e o levou a pesquisar profundamente o contexto político e cultural da época.

Medalhística: O Colecionismo que Educa

Ao contrário do acúmulo de objetos por status ou vaidade, Marco defende a ideia de que colecionar é estudar. Ele se afasta da figura do “juntador” e promove a visão do numismata estudioso, que valoriza não o número de peças, mas o conhecimento extraído de cada uma.

“Não adianta ter 200 peças guardadas se você não sabe o que elas significam. Isso é só metal em caixa. História se faz com curiosidade e pesquisa.”

A Sociedade Como Coleção de Amigos

Um dos trechos mais marcantes da entrevista é quando Marco afirma que a SNB é, acima de tudo, uma coleção de amigos. A troca entre os membros vai muito além das peças: há colaboração, aprendizagem e até momentos cômicos — como a história de um leilão que os fez literalmente fecharem um restaurante.

Essa convivência afetuosa e respeitosa, onde ninguém se importa com o currículo do outro, apenas com sua paixão e empenho pelo estudo, é o que transforma a SNB em uma família. Como bem disse o presidente Tenor:
"A SNB é a família que falta para muitos. E o melhor: uma família que escolhemos."

Conhecimento Que Se Compartilha

Marco destaca ainda a importância dos catálogos, da literatura técnica e do estudo da história para compreender as medalhas. “Se você tem uma medalha da Guerra do Paraguai, você tem a obrigação de ler pelo menos três livros sobre o assunto. A história está no contexto, não nas datas.”

Ele também faz um alerta aos que entram na numismática com foco em lucro: “Colecionismo é prazer e cultura, não é investimento. Quem compra esperando enriquecimento rápido está no caminho errado.”

Um Convite a Todos

A entrevista se encerra com um convite sincero: que mais pessoas descubram o valor do colecionismo consciente. Que se aproximem da numismática não pelo metal, mas pelo conhecimento e pelo prazer que ela proporciona.

“Estudar algo que só te dá prazer é um outro mundo”, diz Marco. E esse mundo está mais acessível do que nunca, com eventos, congressos e um conteúdo cada vez mais rico sendo produzido pela SNB e pela comunidade numismática em todo o Brasil.



Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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