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Caixa de Amortização



Caixa de Amortização





 

Criada por Lei de 15 de novembro de 1827 e regulamentada por Decreto de 8 de outubro de 1828, a Caixa de Amortização tinha por destinação "pagar os capitais e juros de qualquer dívida pública fundada por Lei, pagando por semestre os juros das apólices de fundos, resgatandop anualmente tantas apólices do capital fundado quantas equivalerem à soma de 1% do mesmo capital, e inspecionando as transferências das mesmas apólices de uns para outros possuidores", conforme estabelecem os artigos 40 e 57 da Lei, que pode ser lida, na íntegra, a partir da página 110 da Collecção da Leis do Império do Brazil.

A administração

A Caixa de Amortização era administrada por uma Junta Administrativa, composta pelo Ministro da Fazenda, como presidente nato, pelo inspetor-geral e por cinco membros nomeados pelo governo.

À Junta Administrativa cabia determinar as estampas e as demais características das novas notas e deliberar sobre o recolhimento do papel-moeda. Entre as suas diversas incumbências, constavam: autorizar a circulação do papel-moeda e sua substituição; encomendar o papel-moeda por meio de concorrência ou coleta de preços; e estudar a adoção de novos valores para as notas. Para tanto, a Caixa de Amortização possuía dois setores ligados especificamente ao papel-moeda: o Serviço do Meio Circulante e a Tesouraria do Meio Circulante, em sua organização.
 


Avenida Central, foto de Augusto Malta, do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro

O edifício

De sua criação até começo do século XX, a Caixa de Amortização passou por três sedes, todas no Rio de Janeiro. Em 1902, assumiu a Presidência da República o Sr. Francisco de Paula Rodrigues Alves, tendo como programa básico de governo a remodelação e saneamento da Capital Federal. Entre as obras do Rio de Janeiro, estava prevista a abertura de uma avenida destinada a comunicar o porto com o centro. 
Saiba mais sobre a construção da Avenida Central.

As obras da Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco, foram iniciadas em novembro de 1903, e a nova sede da Caixa de Amortização, uma reivindicação antiga de seus inspetores, ficou a cargo da própria Comissão Construtora da Avenida Central. O edifício foi  inaugurado em  14 de novembro de 1906.
 
Edifício da Caixa de Amortização - foto sem autoria, 1906, integrante da exposição virtual do Arquivo Nacional
Hoje, é um dos treze sobreviventes das antigas belas construções, entre elas o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional e o Museu Nacional de Belas Artes.

Suas instalações foram cedidas mais de uma vez para outros órgãos do Governo e foi apenas em 1943 que a Caixa de Amortização passou a funcionar em definitivo no prédio da Avenida Rio Branco. Permaneceu no local até ser decretada sua extinção, pelo Decreto n. 61.692, de 22 de dezembro de 1967, quando dividia o espaço com o já criado Banco Central.

Em dezembro de 1965, o Banco Central contratou a OCA Arquitetura, Indústria e Comércio S.A. para restaurar e decorar o prédio, que já havia sido cedido pela União para instalação do Banco Central. A cessão definitiva foi feita por meio do Decreto nº 59.146, de 25 de agosto de 1966. Em vista da decisão governamental de transferir a sede do Banco Central para Brasília, os planos de aproveitamento do prédio para funcionar como sede foram alterados, tendo sido deliberada sua utilização para as instalações da Gerência do Meio Circulante (Mecir).

Em 1973, por meio da inscrição 506, fls 92, Livro do Tombo nº 3, o edifício foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em cuja página encontra-se esta descrição sucinta do edifício:
 
fachada do edifício número 30, na Avenida Central, Rio -  foto de Marc Ferrez
No projeto colaboraram o engenheiro Gabriel Junqueira, o desenhista Américo de Castro e outros técnicos de alto nível. O revestimento externo da fachada, em cimento, é de responsabilidade do arquiteto Heitor de Mello - autor de alguns dos melhores projetos da época. Construção requintada, insere-se no período da arquitetura eclética, apresentando feição classicizante. Possui a parte central de sua fachada voltada para praça circular aí existente. As molduras e cornijas da fachada térrea, em
cantaria, obedecem à ordem jônica. Trinta e quatro colunas coríntias em mármore branco de Carrara formam a colunata, com os dados e entablamento em mármore de Verona, com bases, capitéis e molduras da arquitrave, friso e cornija de bronze dourado. O edifício é coroado por um ático de balaustrada de mármore de Verona, tendo um passadiço metálico praticável nas quatro fachadas. No friso frontão da Avenida lê-se o dístico "Caixa de Amortização", em letras monumentais de bronze dourado. As duas alas que acompanham os dois logradouros principais se articulam através de um corpo central, onde se localizam os vestíbulos de entrada e um saguão de distribuição. O interior é coroado por uma rotunda decorada por painéis de mosaicos dourados.
 
predio do Mecir, Rio de Janeiro
Hoje, no local, funciona o Departamento de Meio Circulante (Mecir) e o dístico “Caixa de Amortização” foi substituído por “Banco Central do Brasil”.

Em 2006 , o Banco Central promoveu uma restauração da fachada, devolvendo aos olhos da população a beleza das linhas arquitetônicas do prédio.

Nota: as informações foram retiradas do livroCentenário do prédio do meio circulante 1906-2006. - Brasília : BCB, 2006, exceto onde houver outras referências no texto.
 

Esta é uma lista de inspetores e diretores da Caixa de Amortização

Nome Imagem Início Fim
Inspetores-Gerais
1 Francisco Cordeiro da Silva Torres   1827 1846
2 Bernardo José da Gama 
Visconde de Goiana
Bernardo José da Gama.png 1847 1849
3 Joaquim Francisco Vianna   1849 1850
4 José Francisco de Mesquita 
Visconde de Bonfim (interino)
  1850 1857
5 Herculano Ferreira Penna   1857 1857
6 Luís Pedreira do Couto Ferraz 
Visconde de Bom Retiro
BaraoBomRetiro.jpg 1858 1859
7 José Francisco de Mesquita 
Visconde de Bonfim (interino)
  1859 1867
8 Luís Pedreira do Couto Ferraz 
Visconde de Bom Retiro
BaraoBomRetiro.jpg 1867 1877
9 Duarte Pereira da Ponte Ribeiro (interino)   1878 1879
Duarte Pereira da Ponte Ribeiro 1879 1884
10 João José do Rosário 
Barão de Rosário
  1885 1886
11 Miguel Archanjo Galvão   1887 1896
12 Manoel Cândido de Leão (interino)   1896 1897
13 Sebastião José da Rocha Pereira Mariz Sarmento   1897 1900
14 Manoel Alves da Silva   1901 1905
15 Manoel Cândido de Leão   1905 1917
16 Francisco das Chagas Galvão   1917 1921
Diretores
17 Luiz Vossio Brigido   1922 1922
18 Carlos Cláudio da Silva   1923 1928
19 Augusto Henrique Corrêa de Sá   1928 1930
20 Francisco de Carvalho Soares Brandão Filho   1930 1934
21 Augusto Henrique Corrêa de Sá   1934 1935
22 Gladstone Rodrigues Flores   1946 1945
23 João Antero de Mattos   1946 1951
24 Claudionor de Souza Lemos   1951 1958
25 Alfonso Almiro Ribeiro da Costa Júnior   1958 1959
26 Carlos Augusto Carrilho   1960 1961
27 Reinaldo Fernandes Nunes   1961 1964
28 Sérgio Augusto Ribeiro   1964 1967


Fonte:

Autor do blog: Nilton Romani

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